Laudo aponta velocidade de 111 km/h em carro que atingiu moto e matou ocupante na Rio Branco
Velocidade máxima para via coletora, como a Avenida Rio Branco, é de 40 km/h.
![Laudo aponta velocidade de 111 km/h ao carro envolvido no acidente (Cedida).](https://www.sigamais.com/arquivo/noticia/thumb600x0/imagem-do-whatsapp-de-20241222-ns-082313acde3372jpg1jpg1736186768677c1b909104a.jpg)
Foi juntado ao inquérito da Polícia Civil de Adamantina nesta segunda-feira (6) o laudo final produzido pelos peritos da Polícia Científica, acerca da velocidade do automóvel Honda Civic que colidiu na traseira de uma moto, na madrugada do dia 22 de dezembro, no centro de Adamantina, resultando na morte de Evandro Sérgio de Oliveira, de 49 anos. Conforme o laudo pericial o automóvel estaria se deslocando a 111 km/h, quando houve a colisão.
Na ocasião o condutor do automóvel, de 31 anos, foi preso em flagrante com base no Artigo 302, § 3º do CTB. Essa norma tipifica o homicídio culposo na direção de veículo automotor, estando o condutor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa. Na mesma data ele foi liberado pela Justiça na audiência de custódia, mediante pagamento de fiança no valor de R$ 5 mil, para responder em liberdade.
O laudo sobre a velocidade é uma das peças-chave para a investigação que apura as responsabilidades acerca do acidente. A velocidade máxima em uma via coletora como é o caso da Avenida Rio Branco – e quando não houver outra delimitação específica - é fixada em 40 km/h, conforme estabelece o Artigo 61 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A velocidade do veículo, apurada pela perícia, é quase três vezes o limite máximo da principal via urbana no centro de Adamantina.
Automóvel Honda Civic (Cedida).
Moto que era conduzida por Evandro (Cedida).
Para a obtenção da velocidade do automóvel os peritos conseguiram dimensionar o tempo de deslocamento do veículo em um determinado intervalo, momentos antes da colisão, possibilitando assim calcular sua velocidade em km/h. Foram utilizadas imagens de câmeras de monitoramento requisitadas pela investigação junto a estabelecimentos na região do acidente.
Com o laudo sobre a velocidade foi possível à Polícia Civil de Adamantina, por meio do 1º DP, concluir o inquérito sobre o caso nesta segunda-feira, que agora segue ao Poder Judiciário, para os demais encaminhamentos.
Também foram juntados ao inquérito o laudo pericial de verificação de embriaguez, que apontou consumo de bebida alcoólica pelo condutor, porém não estaria embriagado no momento do exame; laudo pericial do Instituto Médico Legal (IML) resultante de exame necroscópico da vítima; laudo pericial com a dinâmica do acidente; e o laudo pericial que apontou a velocidade do veículo.
A título de comparação, na Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294) que atende ao município, a velocidade máxima padrão é de 100 km/h, exceto em determinados trechos com regulamentação específica.
Relembre
Na madrugada do dia 22 de dezembro no centro de Adamantina, Evandro Sérgio de Oliveira, que estava indo para a feira-livre onde trabalhava com a mãe em uma barraca de pastel, morreu após ter a moto que conduzia atingida na traseira por um automóvel Honda Civic. Os dois veículos seguiam pela Avenida Rio Branco, sentido Santa Casa/Jardim Adamantina.
O ponto da colisão foi nas proximidades da portaria do Hotel Vila Verde. O condutor da moto foi arremessado ainda contra um poste da iluminação pública e uma camionete que estava estacionado pela via, sendo socorrido cerca de 50 metros do local da colisão, nas imediações da Loja Actual. A moto também foi encontrada pelas proximidades da loja.
Já o condutor do automóvel, de 31 anos, parou logo à frente, na altura da Agropecuária Boi Forte, onde aguardou a chegada das autoridades. O veículo ficou com a frente e para-brisa destruídos pelo impacto.
Após o acidente a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados, para o atendimento. Evandro chegou a ser socorrido pelas equipes de resgate, recebeu procedimentos iniciais no local para reabilitação cardiorrespiratória e encaminhado ao pronto-socorro da Santa Casa de Adamantina, porém não resistiu.
Evandro, vítima fataldo acidente (Reprodução).
Concomitantemente a Polícia Civil foi acionada para o registro da ocorrência e iniciar a apuração do caso. O condutor do automóvel se recusou a realizar o teste do bafômetro oferecido pelos Policiais Militares que atenderam a ocorrência. Ele não apresentava sinais de embriaguez e mostrou-se abalado com o ocorrido e preocupado com a vítima.
Ao ser apresentado ao plantão da Polícia Civil também se recusou ao exame de sangue. O delegado plantonista acionou o médico legista que, em exame clínico, atestou hálito discretamente etílico, apontando eventual consumo de álcool, porém não estaria embriagado.
Em suas primeiras declarações o condutor disse que se deslocava pela via, observando o semáforo à frente, e que não teria visto a moto, evoluindo para a colisão.
Ato público mobiliza familiares e amigos
Um ato pacífico no começo da tarde do último sábado (4) reuniu familiares e amigos de Evandro Sérgio de Oliveira. Com camisetas carregando seu rosto estampado e pedido por justiça, a manifestação pública mobilizou seus familiares e amigos. Evandro era filho de Arlete Sacoman, dona de uma barraca de pastel que atende nas feiras livres de Adamantina.
O local escolhido para o encontro foi o pátio da feira livre na estação recreio, próximo ao ponto onde é montada a barraca de pastel em que atuava em colaboração com sua mãe. Nas falas, pelo serviço de som, houve menções à sua memória, sobretudo sua relação familiar, com amigos, e o gosto pelo esporte.
Ato público realizado no sábado, 4 (Siga Mais).
Ato público realizado no sábado, 4 (Siga Mais).
Ato público realizado no sábado, 4 (Siga Mais).
Outros pontos foram os pedidos por justiça na apuração das responsabilidades quanto ao caso, à atuação positiva das polícias civil e militar, ministério público e poder judiciário, e críticas pontuais à legislação brasileira, sobretudo quanto à responsabilização criminal. Foram mencionadas ainda observações quanto ao trânsito de Adamantina.
Ainda na manifestação os momentos de maior emoção foram marcados pelas falas invocando questões de fé e espiritualidade, e orações.