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Rabay apresenta “Multibirutista Raitéqui” e revela suas experimentações musicais

Artista independente produz música a partir de questões pessoais, sociais e aleatoriedades.

Por: Da Redação atualizado: 12 de junho de 2020 | 15h42
Álbum comemorativo foi gravado no quintal da casa onde Rabay mora, no Jardim Brasil, em Adamantina (Foto: Taisa Maria Laviani | @exerciciofotografico). Álbum comemorativo foi gravado no quintal da casa onde Rabay mora, no Jardim Brasil, em Adamantina (Foto: Taisa Maria Laviani | @exerciciofotografico).

A pluralidade, a experimentação artística, o inusitado e todas as possibilidades de discussão acerca das questões pessoais, sociais e aleatoriedades do cotidiano são as referências mais marcantes na música de Samuel Rabay. Sua experimentação musical mais recente é o álbum comemorativo Rabay | Multibirutista Raitéqui, no Youtube.

A pouco tempo morando em Adamantina, Rabay é artista independente e desenvolve projetos voltados para área da saúde mental, que envolvem jogos arte-educativos, musicalização, mídias digitais e criação, em uma área chamada educomunicação, com a qual teve contato durante o bacharelado na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), em Minas Gerais. “Essa proposta é uma maneira de unir áreas do conhecimento que dialogam, para promover expressividade e autoestima, além do protagonismo de pessoas em situação de sofrimento psíquico e/ou dependentes químicos”, explica.

Nesse ambiente profissional, onde tem forte identificação com a música, Rabay produziu em Adamantina o Multibirutista Raitéqui, um álbum comemorativo dos seus dez anos de estrada na música independente e que resume um pouco dos sons que vem tocando nos últimos cinco anos. “É um trabalho gravado no quintal da casa que alugo no Jardim Brasil, aqui em Adamantina, e feito em parceria com pessoas do cenário artístico local”, revela. Sobre sua música, ele define: “um som tosco, criativo, politizado, experimental, biruta, eletrônico, orgânico, global e brasileiro”.

Multibirutista Raitéqui está no Youtube, onde a música de Rabay ganhou clipes gravados colaborativamente. Segundo o músico, participaram da produção a fotógrafa e educadora residente em Adamantina Taisa Maria Laviani, que fez as imagens; Pacato mixou e masterizou o som; Mabi Fernandes (poeta, trancista e produtora de eventos) colaborou na faixa “Tudo Vai Virar Côcô”; Carina Jardim assinou o figurino e o próprio Rabay fez a edição final. “O trabalho possui ainda alguns registros de minha atuação em instituições psiquiátricas públicas, como um modo de questionar os limites entre arte e loucura e trazer a discussão sobre a discriminação sofrido pelos seus frequentadores”, explica. Coincidentemente, o material foi lançado durante a Semana da Luta Antimanicomial.

Sua música

Rabay contou ao Siga Mais sobre o processo de criação de suas músicas. “Vem muito do cotidiano, coisas que circulam na cabeça. Sejam questões pessoais, sociais ou até aleatoriedades, tenho uma cabeça bastante lúdica”, revela. “Geralmente uma canção já surge com letra e melodia, depois eu refino a ideia original e penso no arranjo. Muitas vezes pego experimentações instrumentais que já havia desenvolvido e encaixo a nova ideia de canção nelas”, detalha.

(Foto: Taisa Maria Laviani | @exerciciofotografico).

O artista independente quer agora que sua música provoque as interações com o público. Inquieto, é o que ele busca nas suas produções. “Espero me comunicar com as pessoas, me expressar. É algo que não controlo, é uma necessidade de fazer, então eu faço”, diz. “Acho que várias pessoas conseguem se relacionar com o trabalho. Adultos e crianças, idosos (minha vó gosta) e pessoas de diversas classes sociais”, completa. (Continua após a publicidade...)

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Além daqueles que atuaram na produção dos clipes do álbum Multibirutista Raitéqui, Rabay faz questão de destacar a presença de vários artistas locais e regionais, referindo-se aos mesmos como fundamentais para que a cultura aconteça em Adamantina. “Um salve para Dri Lima, Tio Will, Dasoul, Jaqueline Zaparoli, As Minas Em Cena, Daniel Xavier (DX), A Feira Camaleão, Julião Saturno, entre muitos e muitas outros e outras”, reforça.

Sua história

Rabay conta que seu avô era um músico de orquestra, tocava piano, violoncelo e trompete. Seu pai é flautista e tem ainda várias e vários artistas na família. Ele frequentou um conservatório quando criança e sempre gostava muito de criar. Suas primeiras composições são de quando tinha entre 10 e11 anos, sobre temas aleatórios (até sobre um cachorro) desse universo infantil. “Crianças são muito criativas, inventam canções na hora, para se divertir”, diz.

Depois disso, na pré-adolescência, começou a se interessar por poesia, quando decidiu aprender a tocar violão para ajudar na composição de arranjos. Há dez anos atrás, aos 16 anos de idade, fez sua primeira participação em um festival de composição, do qual foi finalista e ficou em terceiro lugar. “Com o dinheiro do prêmio paguei meu primeiro violão, que me acompanha até hoje”, orgulha-se.

A partir daí Rabay participou de algumas bandas, como Magos da Terra (no final do ensino médio) e a Risoflora (na época da faculdade).

(Foto: Taisa Maria Laviani | @exerciciofotografico).

Durante a graduação conseguiu uma bolsa de estudos no México e lá gravou seu primeiro álbum solo, o “Panamérica” de maneira completamente caseira. No final dos estudos, viajou pelo território mexicano, tocando em cidades turísticas e vendendo esse CD. Durante o percurso colaborou com diversos grupos, desde mariachis, bandas de cumbia, rap e outros.

De retorno ao Brasil, se formou em comunicação social e continuou trabalhando com arte, gravando novos materiais e tocando em diversos espaços. Há cerca de quatro anos começou a ampliar suas possibilidades de ação, pensando propostas que combinassem jogos arte-educativos, mídias digitais e criação, área chamada educomunicação, com a qual teve contato durante o bacharelado na Universidade Federal de São João del-Rei. Há mais de dois anos está em Adamantina.

Suas principais referências musicais, no momento, são o manguebeat, a música regional nordestina, além de nomes como Tom Zé, Hermeto Pascoal, a banda Karnak, o movimento da Vanguarda Paulista, Música Falada, e outros nessas linhagens. Também se declara influenciado pelo brega-funk pernambucano, pelo reggaeton, pelo rap e até pelas batalhas de freestyle que acontecem na região, das quais participa. Além disso, ouve de tudo. “Sou fascinado pela canção Recordando a Infância, do Milionário e José Rico”.

(Foto: Taisa Maria Laviani | @exerciciofotografico).

Rabay começou a se envolver com produção musical em 2014, quando estava no México, de maneira completamente intuitiva. Lembra que um amigo da Venezuela tinha um computador da Apple, que vinha com um programa de produção musical. Juntos, criaram algumas canções e queriam vê-las produzidas. “Nos aventuramos no programa e isso para mim mostrou que era possível tirar as tantas ideias de arranjos que tinha na cabeça do papel. A partir daí tenho me aventurado nesse processo, mas ainda tenho muito que aprender sobre masterização e mixagem”, recorda.

O álbum comemorativo Multibirutista Raitéqui foi mixado e masterizado pelo Paulo Júnior, o Pacato. “É um rapper e produtor aqui de Adamantina, muito talentoso. MC de batalha, envolvido na produção de eventos e com diversos discos e singles que ultrapassam as 60 mil visualizações nas plataformas digitais”, destaca.

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