Ensino

UniFAI informa que contas estão com déficit financeiro, como impacto dos descontos em mensalidades

UniFAI deixou de arrecadar R$ 2,2 mi em mensalidades e teme que perdas podem chegar a R$ 6,4 mi.

Por: Assessoria de Imprensa atualizado: 4 de julho de 2020 | 16h06
Campus II da UniFAI (Foto: Cedida/UniFAI). Campus II da UniFAI (Foto: Cedida/UniFAI).

Em nota assinada pela assessoria de imprensa do Centro Universitário de Adamantina (UniFAI), distribuída aos veículos de comunicação na tarde desta quinta-feira (2), a instituição revela que já opera no negativo, tendo apurado déficit orçamentário referente à diferença entre as receitas e despesas do período de 1º de janeiro a 31 de maio de 2020, e atribui esse resultado ao impacto dos descontos aplicados em mensalidades, nos meses de maio e junho, autorizados pela Lei Municipal Nº 3.978, de autoria do prefeito Márcio Cardim. “Conforme a planilha de impacto financeiro e orçamentário, verifica-se que a UniFAI já deixou de arrecadar R$ 2.299.056 em receitas de mensalidades, advindas do desconto aprovado pela Lei nº 3.978, de 8 de maio de 2020, estritamente aos descontos dos meses de maio e junho”, relata o parecer técnico econômico-financeiro elaborado pela Divisão Financeira da UniFAI.

A UniFAI alerta que se a nova lei aprovada pela Câmara Municipal – Lei Municipal Nº 3.984/2020 - for colocada em prática, pode deixar de arrecadar outros R$ 4.190.820,00, o que podem gerar, de maneira acumulada, perdas totais previstas em R$ 6.489.579,97, até o fim de julho.    

A UniFAI destaca que o valor do déficit de mais de R$ 6,4 milhões se refere à soma do que já deixou de ser arrecadado pela autarquia em razão do programa de descontos em vigor com o montante que deixará de entrar nos cofres da Autarquia Municipal caso a Lei Municipal Nº 3.984/2020, seja aplicada. Essa norma autoriza o desconto durante o período em que perdurar as suspensões das aulas além de isentar o pagamento de multas e juros nos parcelamentos

Nos estudos técnicos da instituição, a aplicação da Lei Municipal Nº 3.984/2020 pode fazer com que a instituição deixe de arrecadar R$ 4.190.820,00 em receitas, até o mês de julho, caso o desconto seja de 20%. “Assim sendo, com as duas leis de descontos, deixar-se-á de arrecadar R$ 6.489.579,97, verificando, então, um valor bem expressivo frente às despesas que a Autarquia Municipal possui”, adverte.

A UniFAI explica que a nova lei visa “promover a redução, prorrogação e parcelamento temporário dos valores das mensalidades, com efeitos retroativos a 16 de março – início do período de restrições e suspensão das aulas em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) – bem como em situações futuras, sobretudo por não ser possível precisar quando haverá o retorno das aulas presenciais”. A iniciativa é de autoria dos vereadores Alcio Ikeda (Podemos), Acácio Rocha (Podemos), Eder Ruete (PV), Paulo Cervelheira (PV), João Davoli (PV) e Hélio Santos (PR).

Lei Municipal que garantiu os descontos provocou déficit nas contas da UniFAI

Segundo a UniFAI, a Lei nº 3.978, de 8 de maio de 2020, que garantiu os descontos de 20% nas mensalidades de maio e junho, foi proposta após estudos da Procuradoria Geral e da Divisão Financeira da UniFAI , apresentados à Reitoria da instituição, que por sua vez atuou junto ao prefeito municipal para apresenta-lo ao legislativo.

Aprovado pela Câmara, o projeto se transformou na Lei Municipal Nº 3.978, autorizando a concessão de desconto de 20% sobre o valor das mensalidades dos meses de maio e junho de 2020, permitindo ainda ao aluno que tenha quitado a semestralidade requerer o reembolso proporcional do desconto a que teria direito, bem como a dispensou a incidência de juros moratórios e de multa contratual, decorrentes do inadimplemento, se as mensalidades correspondentes a maio e junho fossem quitadas até o último dia útil dos respectivos meses.

Na nota à imprensa, a UniFAI detalhou as receitas e despesas nos cinco primeiros meses de 2020. “O total arrecado em mensalidades de graduação no período de 1º de janeiro de 2020 a 31 de maio de 2020 foi de R$ 23.743.739, contra uma despesa total de R$ 23.866.034,54, sendo que somente os gastos com pessoal no período foi de R$ 15.178.378, conforme consolidação geral por natureza da despesa liquidada, verificando, então, que a Autarquia já consagra um déficit financeiro de R$ 122.295,32 no período, ou seja, as despesas foram maiores que as receitas com mensalidades, o que demonstra que a UniFAI já obteve consequências com os impactos financeiros com a concessão de descontos até o mês de maio, por conseguinte agravar-se-á no futuro caso cumprirmos a lei da Casa Legislativa”, apontou o parecer técnico econômico-financeiro.

Risco de não ter disponibilidade financeira para realizar pagamentos mensais

Segundo a Reitoria – diz a nota à imprensa – as disponibilidades financeiras que a Instituição já possui estão comprometidas com investimentos em obras, equipamentos, estruturação de cursos, pagamento de estágios e internatos, pagamento de aluguéis para realização de estágios, prestação de serviços, entre outras ações necessárias para a manutenção e o desenvolvimento do Centro Universitário, “que gerará um dispêndio de recursos de R$ 8.645.510,71”.

No que se refere à não cobrança de multa e juros sobre os parcelamentos, o Departamento Financeiro da UniFAI adverte que a Instituição poderá não ter caixa para fazer frente às suas despesas, “visto que se todos os alunos aderirem ao parcelamento, as receitas serão transportadas para o futuro, fazendo com que a Autarquia não tenha disponibilidades financeiras para realizar pagamentos mensais, que em média é de R$ 4.773.206,91”.

“Portanto, diante de todos os dados expostos acima, verifica-se a cautela que o Centro Universitário de Adamantina precisa ter ao conceder descontos nas mensalidades dos cursos, tendo vista a estrutura que a Instituição (três câmpus) possui e os compromissos que já foram firmados em anos anteriores. Ademais, com situação de dificuldades que o mundo vem passando, por conta da pandemia de Covid-19, somado à incerteza da economia mundial, o que irá gerar graves consequências em todas as Instituições de Ensino Superior, refletindo em redução de receitas”, asseverou o parecer. (Continua após a publicidade...)

Lei de Responsabilidade Fiscal

Outro item apontado pela Instituição é a falta de compensação financeira frente à renúncia de receita, o que afronta a Lei de Responsabilidade Fiscal. A UniFAI faz essa afirmação considerando a lei que garantiu os descontos em maio e junho, e a nova lei aprovada pela Câmara. “A aprovação do Projeto de Lei nº 022/2020 [Lei Municipal Nº 3.984/2020]  e a já aprovada Lei nº 3.978/2020 causará uma perda de receitas de aproximadamente R$ 6.489.579,97 até julho de 2020, sendo que não haverá nenhuma forma de compensar essas receitas, conforme dispõe a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ademais, todos os custos da Instituição continuam sendo pagos normalmente, não havendo redução em nada, principalmente na folha salarial, que é o maior gasto da UniFAI”, fundamentou a Autarquia.

A Reitoria do Centro Universitário de Adamantina compreende que a lei proposta pela Câmara Municipal tenha se preocupado com a situação frente à pandemia mundial no sentido de combater a evasão dos alunos da Instituição, assim como a Lei nº 3.978, de 8 de maio de 2020 já em execução de 20% de descontos das mensalidades. No entanto, infelizmente, não é possível, pelos motivos já expostos, levar adiante a Lei Municipal Nº 3.984/2020, já que isto traria impactos insuperáveis e prejudicaria os investimentos futuros e colocaria em risco a honra dos compromissos já assumidos pela UniFAI. Além disso, a lei da Câmara prevê que os descontos e suspensões de multas deverão ocorrer em caso de suspensão de aulas, porém as aulas estão ocorrendo em ambiente virtual.

“Ademais, entendemos que a Lei nº 3.978, de 8 de maio de 2020 já em execução de 20% de descontos, bem como o parcelamento foram medidas que os alunos já estão usufruindo para continuarem seus estudos”, finalizou o parecer técnico-financeiro da Autarquia.

Porém, segundo finaliza da UniFAI, novos estudos estão sendo realizados para o segundo semestre.  

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