Osvaldo Cruz tem alto consumo de crack na região; pesquisa da CNM não traz dados de Adamantina
Confederação Nacional dos Municípios divulgou dados das cidades que responderam a questionário.
Um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), mostra que Osvaldo cruz está entre as sete cidades da região administrativa de Presidente Prudente com alto consumo de crack. O estudo, denominado “Observatório do Crack”, traz um mapeamento nacional sobre o tema.
As outras seis cidades da região onde o consumo é considerado alto são Dracena, Iepê, Martinópolis, Pacaembu, Presidente Venceslau e Santo Anastácio. No Brasil são 408 cidades nessas condições. Veja aqui os resultados das cidades participantes.
O Observatório do Crack não apresenta dados de Adamantina e outras localidades da região. Segundo a CNM, os dados publicados foram obtidos a partir dos municípios que responderam aos questionários online da pesquisa. As cidades que não apresentaram dados não são listadas no mapeamento.
Não há dados na pesquisa sobre Adamantina (Reprodução).
A região administrativa de Presidente Prudente tem 53 cidades, das quais 23 tiveram os dados sobre o crack divulgados pela CNM, o que representa 30,43% dessas localidades.
Brasil
Nível alto: 408 cidades
Nível médio: 641 cidades
Nível baixo: 279 cidades
Nível não informado: 38 cidades
Sem resposta: 3972 cidades
Sem problemas: 230
A pesquisa
A pesquisa da CNM aponta que 97,31% de 1.599 cidades brasileiras enfrentam problemas com consumo de drogas. A circulação de crack especificamente foi apontada por 73,80% dos municípios que participaram do estudo.
Um dos pontos levantados é a capilaridade do problema, que alcança pequenas e grandes cidades, mais próximas ou distantes de grandes polos ou mesmo da fronteira do país. Isso porque 87,3% dos municípios pesquisados são localidades de pequeno porte — ou seja, possuem menos de 50 mil habitantes. O presidente da CNM, Glademir Aroldi, destaca que o alcance das drogas nos Municípios menores esbarra ainda na falta de recursos para enfrentar a temática. “Não é possível ter um Caps em todas as cidades. Por isso, precisamos de serviços regionalizados, com apoio da União e dos Estados também”, opina. (Continua após a publicidade...)
Segundo o estudo, 50,16% das gestões que responderam à pesquisa desenvolvem ações com recurso próprio. Além disso, apenas 28,72% possuem Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que prestam serviços de saúde de caráter aberto e comunitário, constituído por equipe multiprofissional. As principais áreas afetadas pelo uso de drogas são saúde (67,92%), segurança (61,48%), assistência Social (60,48%) e educação (56,47%).
Quanto ao nível dos problemas causados pelo consumo e circulação de drogas, 49,73% apontaram que o nível é médio ante 36,24% que acham o nível alto e 13,68% que indicaram nível baixo. A situação é analisada e classificada pelos gestores na pesquisa com base em suas próprias percepções. Portanto, não há números delimitando os níveis. Na análise da situação apenas em relação ao crack, 46,99% veem nível médio de problema, 29,94%, nível alto e 20,79% nível baixo.
Dados de usuários de drogas nos municípios são raros, como confirma o estudo do Observatório do Crack: apenas 22,45% dos pesquisados têm estimativas desse grupo. O baixo índice já era esperado, pois há uma falta de informatização dos sistemas e também entre as áreas que trabalham com a temática. Outra questão é que grande parte da população usuária de drogas é itinerante. Também existem relatos dos participantes da pesquisa sobre a dificuldade de acompanhamento desses indivíduos, que entram e saem da rede de atenção inúmeras vezes, em razão de recaídas.
Metodologia
A CNM disponibilizou o questionário on-line na plataforma do Observatório do crack para que o responsável, indicado pelo gestor municipal, tenha acesso às perguntas. A pessoa encarregada recebeu uma senha de acesso e um login via e-mail. O questionário é composto por quatorze perguntas-mãe que se desdobram em outras, conforme as respostas.