Cidades

Multados pela Prefeitura, empresários do setor de alimentação desabafam e pedem reabertura

Três empresários do ramo de alimentação participaram de entrevista na Life FM.

Por: Da Redação atualizado: 29 de janeiro de 2021 | 12h26
Os três empresários na live da Life FM: Vinícius Pravato, Gabriel dos Santos e Vinicius Nogueira (Reprodução). Os três empresários na live da Life FM: Vinícius Pravato, Gabriel dos Santos e Vinicius Nogueira (Reprodução).

Três empresários do setor de alimentação, de Adamantina, participaram na noite desta quarta-feira (27) do programa Papo de Amigo, apresentado por Anderson Pereira, na Rádio Life FM, debatendo sobre a atual crise vivida pelo setor em razão das medidas restritivas ao comércio impostas pela pandemia da Covid-19. O programa também foi transmitido em uma live, na fanpage da emissora. Assista:

No encontro, Vinicius Nogueira (Restaurante Tio Panda), Gabriel dos Santos (Restaurante Terra Viva) e Vinícius Pravato (Barão Hamburgueria) contextualizaram a crise em âmbito local e nacionalmente.  Desde março do ano passado, com o início da quarentena, vivenciam períodos de extrema dificuldades para honrar compromissos com fornecedores, funcionários e os custos operacionais, como alugueis, água, luz e insumos. Os três negócios respondem por cerca de 40 empregos diretos na cidade. 

No rádio, os empresários fizeram críticas ao formato de quarentena e das restrições que atingem todo o comércio, que segundo os representantes, tem pagado o preço muito alto na pandemia. Eles criticaram também a canalização da fiscalização para o setor empresarial, que tem seguido os protocolos sanitários definidos pelo poder público, enquanto não são vistas fiscalizações quanto às pessoas, festas, aglomerações e outras que, potencialmente, ampliam a transmissão do novo coronavírus.

No programa, os três entrevistados foram incisivos na cobrança pelo direito de trabalhar, em um ambiente de autocobrança entre os representantes do setor na cidade, para que os protocolos sanitários sejam seguidos rigorosamente. “Sou a favor da fiscalização. Porém queremos abrir e funcionar corretamente, poque o setor não pode deixar de trabalhar”, disse Vinicius Nogueira, do Tio Panda. Em relação à autocobrança, explicou: “Esse compromisso é para que ninguém saia das normas, porque se fechar, todos se prejudicam”, disse.

Sem atendimento presencial, faturamento cai e amplia crise no setor (Pexels).

Essa perspectiva de possibilidade de trabalhar, na pandemia, também foi defendida pelo empresário Gabriel dos Santos, do Terra Viva. “Não queremos abrir de qualquer jeito. Queremos trabalhar certo seguindo todos os protocolos de segurança”, disse. “O setor todo, no país inteiro, está desesperado”, completou.

Gabriel fez ainda um comparativo com a repercussão dada ao fechamento das fábricas da Ford, no Brasil. “Com o setor de bares e restaurantes fechados no Brasil, há demissão de ‘uma Ford’ a cada semana, no país”, disse. Ele destacou também que a mobilização é para todo o setor de comércio e serviços da cidade, que precisa girar.

Vinicius Pravato, do Barão, se disse frustrado ao ser obrigado a manter as portas fechadas, enquanto o poder público, em todas as esferas de governo, teve tempo de se mobilizar, sobretudo diante da chegada da segunda onda, que era esperada. Vinicius observou os aportes de recursos públicos injetados na saúde, no enfrentamento à Covid-19, sem que repercutissem na redução ou controle dos casos, recaindo agora, mais uma vez, a sobrecarga ao setor econômico. “Minha maior frustração é que ficamos nos seis primeiros meses de portas fechadas, com a desculpa dada pelo poder público de que era preciso preparar o sistema de saúde”, disse. O setor de restaurantes, bares e similares voltou a operar, com restrições reduzidas, em setembro. E em dezembro voltou a fechar. “Não podemos pagar mais esse preço. Os nossos governantes tiveram tempo para se preparar, sobretudo para esta segunda onda. A gente tá pagando o preço de novo, mais uma vez”, completou.

Segundo os empresários, a operação delivery responde por cerca de 20% a 30% das receitas, nos seus negócios. A manutenção apenas desse formato, sem os serviços presenciais, em seus espaços, não cobre os cursos de operação das suas atividades.

Os três estabelecimentos empregam cerca de 40 pessoas em Adamantina (Pexels). 

No ano passado o governo federal disponibilizou um benefício para manutenção do emprego e renda aos trabalhadores. As empresas que aderiram tiveram ajuda financeira para pagar salários. Porém, pelo mesmo tempo que fizeram uso desse programa, estão impedidos, por igual período, de demitir os trabalhadores. “Quem usou do benefício não pode demitir funcionários. A conta não fecha”, afirmou Vinicius Pravato.

Presente de Natal: multas

Os três empresários citaram ainda que foram multados pela Prefeitura em R$ 1.092,00, na semana entre o Natal e Ano Novo, quando o governo estadual impôs restrição máxima às atividades econômicas. A data é de grande expectativa para o setor, e muitos incrementaram estoques em razão do incremento das vendas. Encurralados, decidiram arriscar para, ao menos, honrar os compromissos, folha de pagamento e 13º salário.

Nesse período, foram fiscalizados e punidos pela Prefeitura de Adamantina. Cada um dos estabelecimentos recebeu multa de R$ 1.092,00, o que ocorreu também com outros empresários, de diversos setores da cidade.

Desde o início das medidas de restrição aos setores econômicos decorrentes da pandemia da Covid-19, que levaram à decretação de quarentena pelo Governo de São Paulo, a Prefeitura de Adamantina emitiu 75 notificações prévias, a estabelecimentos comerciais e de serviços da cidade, por meio do Departamento de Fiscalização. Foram aplicadas ainda medidas mais efetivas e 17 estabelecimentos comerciais foram autuados (reveja). (Continua após a publicidade...)

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Lucélia editou decreto com horário especial para bares e similares; Tupã autoriza comércio

A Prefeitura de Tupã publicou nesta quarta-feira (27) dois decretos que autorizam o retorno controlado das atividades presenciais ou integrais dos estabelecimentos. A flexibilização do comércio será pautada por orientações sanitárias para preservação da saúde da população. A flexibilização considerou a queda nos índices de ocupação da UTI da Santa Casa de Misericórdia da cidade, que está em 74%.

O Decreto 8971 define medidas de contingenciamento para os setores do comércio e prestadores de serviço. As imobiliárias e escritórios tem permissão para atender de segunda a sexta-feira das 10h às 18h, com 30% da capacidade máxima de ocupação. As concessionárias e o comércio em geral devem seguir a mesma regra, com o acréscimo do expediente aos sábados, das 9h às 13h.

Já a Prefeitura de Lucélia publicou o Decreto Municipal Nº 9.035, de 26 de janeiro de 2021, vigente a partir desta quarta-feira (27) que determina o horário restrito de funcionamento para bares e lojas de conveniência em todo o município, das 6h às 20h, todos os dias da semana, e nos finais de semana dos dias 30 e 31 de janeiro, 6 e 7 de fevereiro. De acordo com o decreto, a partir das 20h os serviços de entrega delivery e drive-thru estão permitidos apenas para prestação de serviços de alimentação e farmácias.

Segundo publicou a Prefeitura em sua fanpage, as medidas definidas no decreto visam a proteção da coletividade e deverão garantir o pleno respeito à integridade e dignidade das pessoas, famílias e comunidades.

A Prefeitura destaca que o não cumprimento de quaisquer das medidas estabelecidas caracteriza como infração à legislação municipal e sujeitará o infrator às penalidades e sanções aplicáveis, com multa corresponde ao valor de um salário mínimo além das medidas e sansões cabíveis de natureza administrativa, cível e penal e em especial dos crimes disposto nos artigos 267, 268 do Código Penal. A reincidência será punida com lacração de estabelecimento por sete dias e aplicação de multa no valor correspondente a três salários mínimos.

Fiscalização e denúncias

A Prefeitura de Lucélia tem realizado uma fiscalização ordenada, mobilizando o quadro de fiscais do Município, com apoio da Polícia Militar, sobretudo em período noturno, para verificar o cumprimento das medidas restritivas fixadas pelo poder público para tentar reduzir a transmissão e contágio pela Covid-19.

O município tem também dois canais de denúncias, que são recebidas pelo WhatsApp (18) 99738-4718 e pelo fixo (18) 3551-9200.

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