O dia em que tomei uma injeção no lugar de um lerdo
Amigo toma injeção no lugar do outro. Conheça a história de estreia de “Um Passarinho me contou...”.
Naquela época eu era recém-casado, devia ter uns 22 anos de idade. Gosto de relembrar porque essa história aconteceu com uma pessoa que me ajudou muito e que eu gosto muito. Mas permanecerá anônima por aqui. O dito cujo precisava tomar umas cinco ou seis injeções, estava com um problema, que eu nem sei o que era, mas o “lerdo” tinha medo.
Ele havia ido com a esposa na fármacia e tomou a primeira injeção. Segundo ele, era uma seringa enorme e ele havia passado mal com tudo isso.
Diante do ocorrido e como era muito próximo a mim, lá veio ele falar comigo.
– Passarinho do céu! Eu tenho medo... Eu passo mal com injeção! Você não pode tomar as outras injeções por mim? – dizia o homem aflito.
– Tá bom! Eu vou! – dizia eu, vendo a aflição do homem.
– Minha esposa e eu deixamos todas elas já acertadas na farmácia. É só dizer o meu nome!
– Pode deixar.
– Ela disse que irá conferir com o farmacêutico se eu tomei mesmo.
– Vai dar certo!
Durante os cinco dias, eu ía durante o almoço até a tal farmácia e tomava a injeção. Eu chegava lá e dizia o nome do “lerdo”.
– Bom dia! Eu vim tomar a injeção! Ela já está separada no meu nome. – dizia eu ao chegar à farmácia.
– Qual o nome do senhor? – dizia o atendente.
Nesse momento eu dizia o nome do “lerdo” e tomava a injeção por ele. Assim eu fiz durante os dias que ele precisava. Não tive “nadinha”, não me deu reação nenhuma.
Agora, se a esposa dele foi até lá verificar se ele havia tomado ou não as injeções, eu não sei. A única coisa que sei é que o “lerdo” melhorou, mesmo sem o remédio, até me pediu para que eu tomasse outros por ele. Mas, isso já é tema para outra história. Até lá!
João Passarinho
Funcionário Público Municipal
Escritor, Cordelista e Contador de histórias
Tiago Rafael dos Santos Alves
Professor, Historiador e Gestor Ambiental
Membro Correspondente da ACL