Sociedade

Compre com um clique

Mas será que precisamos realmente de tudo isso?

Débora Nazari | Cientista social, jornalista, escritora e adamantinense | nazaridebora@gmail.com Colunista
Débora Nazari | Cientista social, jornalista, escritora e adamantinense | nazaridebora@gmail.com
(Foto: Mike Petrucci em Unsplash). (Foto: Mike Petrucci em Unsplash).

Maquiagens vencidas, livros que você não lê há mais tempo do que pode lembrar, bijuterias esquecidas, brinquedos quebrados, jogos, tupperwares sem tampa, sapatos e roupas com etiqueta, o que foi que aconteceu aqui? Seria uma questão de acúmulo, mas você ainda pode se tornar minimalista.

Não é de hoje que ignoramos aquela arrumação do armário, assim como louça suja, sempre dá para deixar pra amanhã o que você poderia fazer hoje, entretanto isso pode não ser uma atitude muito saudável. Minimalismo Já é um documentário da Netflix que traz uma proposta diferente para quem quer transformar velhos hábitos em 2021. Nele acompanhamos a história dos amigos Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus ao mostrar como nossas vidas podem ser melhores com menos. Esse menos não quer dizer que você não pode consumir, mas é ter mais consciência sobre como e o quanto consome.

Quem aqui teve a oportunidade de mudar de casa ou a responsabilidade de organizar os bens de um ente que partiu, entende como o apego e a importância sobre o que temos diz muito mais sobre cada um de nós. Somos seres ligados aos símbolos, cada coisa que conquistamos representa algo, tem valor sentimental ou material. Tem gente que curte ter a posse de um carro ou bolsa cara, mas tem gente que curte garimpar um brechó.

Quem aderiu ao minimalismo não necessariamente deixa de consumir, afinal no mundo capitalista tudo gira em torno do que você tem, entretanto não precisa levantar a bandeira do capitalismo selvagem, aquele ancorado na pura ostentação e no desperdício. Será que precisamos mesmo ter 15 pares de calça jeans ou 100 sapatos no armário? Será que seremos mais felizes comprando e acumulando coisas que já nem lembramos do motivo de as ter? Muita gente sofre com problema do acúmulo, assim como desconta as crises de ansiedade no parcelamento em 10x sem juros. Veja bem, que a sociedade está enferma tem décadas nós já sabemos, mas onde vai parar a quantidade de coisas descartáveis que não paramos de comprar.

A sacada do filme é pensar em quanto tempo desperdiçamos ao procurar a felicidade nas coisas, quando o que importa são os momentos em que vivemos. Praticar o desapego é difícil, principalmente quando depositamos sentimentos em cada objeto que temos, porém hábitos devem ser mudados e tem vezes que um simples arrumar o armário de roupas pode organizar quem você é. Tem tanta coisa que temos pela nossa casa que não dizem mais sobre quem somos, que tal desapegar? Ah, e lembre-se: o barato compre com um clique muitas vezes sai descartável.

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