Reflexões Matutas

Sarau de História e Geografia retorna em novo formato

Evento que ocorria anualmente desde 2015 acontecerá no próximo sábado (17), em meio virtual.

Victor Hugo S. Souza | Historiador, professor, entusiasta das causas regionais e pauliceiense | profvictor97@gmail.com Colunista
Victor Hugo S. Souza | Historiador, professor, entusiasta das causas regionais e pauliceiense | profvictor97@gmail.com
Sarau do ano de 2017 (Acervo pessoal Izabel C. Gil). Sarau do ano de 2017 (Acervo pessoal Izabel C. Gil).

Graduandos e egressos dos cursos de História e Geografia da UniFAI retomam o tradicional sarau, que,  neste ano, ocorrerá em formato on-line, em função das medidas de profilaxia contra o novo coronavírus. O evento está marcado para a noite do próximo sábado (17) e contará com músicas, poesias e apresentação de percursos profissionais e acadêmicos dos concluintes.

Embora não se saiba com exatidão qual a origem dos saraus, há várias conjecturas que buscam explicar a etimologia do tão difundido verbete lusófono. Por vezes, a expressão é vinculada ao francês soirée, correspondendo a uma reunião noturna entre amigos, algo que a juventude contemporânea usualmente denomina “rolê”, ou como aprendi há pouco com o amigo Diego Fonseca do Nascimento, revoada. Aos que atribuem o sarau ao  latim, há um paralelo entre a palavra e serotinus, além da hipótese do surgimento a partir do galego serao, o que significa exatamente anoitecer.

Com o passar do tempo os saraus foram ganhando configurações cada vez mais robustas. Canções, poesias e performances passaram a compor o evento, indo além do caráter meramente recreativo. Não demorou para que as cortes europeias aderissem ao encontro que era tido por esses como uma manifestação simbólica dos gostos das classes mais abastadas.

(Acervo pessoal Izabel C. Gil).

Não é exatamente dentro dos grupos anteriormente citados que os saraus ganham escala. Como é sabido por todos, a arte não possui funções meramente contemplativas. A arte é incômoda. Partindo desse pressuposto, as massas se apropriaram dos saraus como forma de manifestação, subversão ao status quo e partilha de ideais e ideais.

No ano de 2015, ocorreu o 1º Sarau do Curso de História e Geografia das Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI), atualmente (UniFAI). Sob coordenação da professora Izabel Castanha Gil, por ocasião do lançamento da segunda edição do livro de sua autoria “Nova Alta Paulista (1930-2006): do desenvolvimento contido ao projeto político regional”.

“A ideia do sarau surgiu como uma oportunidade para que os licenciandos vivenciassem a experiência de organizar um evento, cujo intuito era o de criar um ambiente interativo, onde demonstrassem seus talentos e apreciassem os talentos dos colegas”, lembra a professora.

Ela destaca que vários talentos foram revelados ao longo das quatro edições, com destaque para o tenor Christian José Silva de Paulicéia. Luan Calderaro Costa, de Tupã, revelou-se um poeta incomum e hoje é membro da Academia Tupãense de Letras, Ciências e Artes (ATLECA). Vários participantes ganharam desenvoltura na fala em público e outros sentiram-se estimulados à produção autoral. 

(Acervo pessoal Izabel C. Gil).

O evento tornou-se tradição nos dois cursos e, no ano de 2017, contou até mesmo com o show do artista equatoriano Leo Rojas, ganhador do “The Voice Alemanha”. Em função da pandemia do coronavírus, a tradição foi suspensa no ano de 2020, todavia, seguindo as tendências globais, o Sarau de História e Geografia está de volta.

Valendo-se da plataforma Google Meet, alunos, ex-alunos e professores hão de cantar, tocar e declamar, num reencontro emocionante. E para brindar, erguerão as suas taças com as inscrições de cada um dos eventos, lembranças concretas que, certamente, guardam com muito zelo.

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