Recortes da Política Adamantinense – Parte II: Como foi a Primeira Eleição de Adamantina
Uma breve análise sobre o primeiro pleito eleitoral de Adamantina.
“Em política, a comunhão de ódios é quase sempre a base das amizades.”
Charles Tocqueville
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No decorrer dos últimos dias dos atuais tempos obscuros pós-coronavirais, entre quedas e levantes, a saúde vai bem... e o dólar também... Amém! E viva a cloroquina! Viva o Tio Sam! E para quem não sabe, PF é “Prato Feito”, pelo menos por aqui nas terrinhas interioranas (Não sai por mais de vinte reais)! Não sei...! Mas parece que já vi (nas telas globais e adjacentes) este filme antes...
Deixemos “o Feudo do nobre Alecrim Dourado” de lado, e tratemos de outras coisas! A alguns meses das “possíveis” eleições municipais, me atentei ao fato de tentar entender como ocorrera a sua primeira eleição. Sobre o assunto o Prof. Dr. Rubens Galdino da Silva, em sua dissertação de mestrado, o abordara de forma cirúrgica.
Primeiro legislaivo de Adamantina (Reprodução: Livro Reviver Adamantina/João Carlos Rodrigues).
Como já sabemos, Adamantina era um dos Patrimônios que pertenciam a cidade de Lucélia. No entanto, ao se emancipar em 02 de abril de abril de 1949, houve a necessidade de organização de seus poderes Executivo e Legislativo (prefeito e vereadores), tendo em vista que a autonomia judiciária só viria posteriormente, com a criação de sua Comarca.
Equipe do prefeito Antônio Goulart Marmo, em 1950 (Reprodução: Livro Reviver Adamantina/João Carlos Rodrigues).
O segundo na foto é Hermínio Brighenti, que concorreu na primeira eleição (Reprodução: Livro Reviver Adamantina/João Carlos Rodrigues).
Dessa forma, os adamantinenses se organizaram em meio aos partidos políticos aos quais já eram ligados na cidade de Lucélia, a saber: Partido Social Progressista (PSP), União Democrática Nacional (UDN), Partido Democrático Cristão (PDC) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)[1]. (SILVA, 1989, p. 129).
População de Adamantina festejando a vitória de Antônio Goulart Marmo (Reprodução: Livro Reviver Adamantina/João Carlos Rodrigues).
Festividade de comemoração a vitória de Antônio Goulart Marmo (Reprodução: Livro Reviver Adamantina/João Carlos Rodrigues).
Várias pessoas concorriam para as cadeiras do Legislativo, no entanto para o Executivo concorriam apenas dois candidatos[2], segundo relata o Prof. Rubens:
[...] De uma lado, Antônio Goulart Marmo (PSP), por indiação e apoio dos diretores ca CAIC, CICMA e CPEF, pois este era funcionário de inteira confiança de seus diretores. Tratava-se de garantir, pelo domínio do poder público local, a continuidade das metas a serem alcançadas. Em outras palavras, as vendas de todas as propriedades urbanas e rurais [...]
Do outro, a candidatura de Hermínio Brighenti, pessoa de pouca influência, na época, tanto nos meios políticos locais, como regionais, sem qualquer respaldo dos diretores da CAIC, CICMA e CPEF, e de outros grupos, economicamente aliados ao interesses desses.[3]
No dia 14 de março de 1949, a terrinha realizaria a sua primeira eleição municipal. Participaram do pleito 1211 eleitores, o qual elegera o Sr. Antônio Goulart Marmo com 84% dos votos, ou seja, 954 votos, contra 209 de Hermínio Brighenti, além de 22 votos nulos e 26 brancos.[4]
Festividade de comemoração a vitória de Antônio Goulart Marmo (Reprodução: Livro Reviver Adamantina/João Carlos Rodrigues).
Prédio da Câmara Municipal (Reprodução: Livro Reviver Adamantina/João Carlos Rodrigues).
Para o Legislativo foram eleitos os seguintes edis:
· Coligação – PSD/UDN/PDC – 6 cadeiras:
Aristides Fragoso da Costa – 113 votos
Carlito Schimidt Vilela – 84 votos
Caio Gracho da Silva Pereira – 70 votos
João Batista Perrone – 40 votos
João Perrone – 33 votos
Francisco Dário Tóffoli – 27 votos
Suplentes:
Euclides Maranha – 27 votos
Antônio Cescon – 26 votos
Segundo Zaparoli – 25 votos
· PSP – 5 cadeiras:
Francisco Gimenes Roda Filho – 74 votos
Euclides Romanini – 55 votos
Ary Toledo e Silva – 53 votos
Kaneake Ijuim – 45 votos
José Pereira Melo – 48 votos
Suplentes:
João Jorge de Oliveira – 42 votos
Miguel Abdo – 39 votos
Sebastião Vieira – 22 votos
Quintino Francisco de Jesus – 23 votos
· PTB – 2 cadeiras:
Abdon Prado Lima – 55 votos
Pedro Vicentini – 27 votos
Suplentes:
José Schimidt Vilela – 18 votos
Pedro Borro – 12 votos[5]
Dessa forma, assim foram preenchidas as primeiras cadeiras dos Poderes Legislativo e Executivo da terrinha. Daí pra frente a história já é bem mais conhecida e seus pormenores oportunamente serão detalhados também.
Tiago Rafael dos Santos Alves
Professor, Historiador e Gestor Ambiental
Membro Correspondente da ACL e AMLJF