Memória

Recortes da Política Adamantinense – Parte II: Como foi a Primeira Eleição de Adamantina

Uma breve análise sobre o primeiro pleito eleitoral de Adamantina.

Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental Colunista
Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental
Primeiro legislaivo de Adamantina  (Reprodução: Livro Reviver Adamantina/João Carlos Rodrigues). Primeiro legislaivo de Adamantina (Reprodução: Livro Reviver Adamantina/João Carlos Rodrigues).

 “Em política, a comunhão de ódios é quase sempre a base das amizades.”

Charles Tocqueville

 

* * *

No decorrer dos últimos dias dos atuais tempos obscuros pós-coronavirais, entre quedas e levantes, a saúde vai bem... e o dólar também... Amém! E viva a cloroquina! Viva o Tio Sam! E para quem não sabe, PF é “Prato Feito”, pelo menos por aqui nas terrinhas interioranas (Não sai por mais de vinte reais)!  Não sei...! Mas parece que já vi (nas telas globais e adjacentes) este filme antes...

Deixemos “o Feudo do nobre Alecrim Dourado” de lado, e tratemos de outras coisas! A alguns meses das “possíveis” eleições municipais, me atentei ao fato de tentar entender como ocorrera a sua primeira eleição. Sobre o assunto o Prof. Dr. Rubens Galdino da Silva, em sua dissertação de mestrado, o abordara de forma cirúrgica.

Primeiro legislaivo de Adamantina  (Reprodução: Livro Reviver Adamantina/João Carlos Rodrigues).

 

Como já sabemos, Adamantina era um dos Patrimônios que pertenciam a cidade de Lucélia. No entanto, ao se emancipar em 02 de abril de abril de 1949, houve a necessidade de organização de seus poderes Executivo e Legislativo (prefeito e vereadores), tendo em vista que a autonomia judiciária só viria posteriormente, com a criação de sua Comarca.

 

Equipe do prefeito Antônio Goulart Marmo, em 1950 (Reprodução: Livro Reviver Adamantina/João Carlos Rodrigues).

O segundo na foto é Hermínio Brighenti,  que concorreu na primeira eleição (Reprodução: Livro Reviver Adamantina/João Carlos Rodrigues).

 

Dessa forma, os adamantinenses se organizaram em meio aos partidos políticos aos quais já eram ligados na cidade de Lucélia, a saber: Partido Social Progressista (PSP), União Democrática Nacional (UDN), Partido Democrático Cristão (PDC) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)[1]. (SILVA, 1989, p. 129).

 

População de Adamantina festejando a vitória de Antônio Goulart Marmo (Reprodução: Livro Reviver Adamantina/João Carlos Rodrigues).

Festividade de comemoração a vitória de Antônio Goulart Marmo (Reprodução: Livro Reviver Adamantina/João Carlos Rodrigues).

 

Várias pessoas concorriam para as cadeiras do Legislativo, no entanto para o Executivo concorriam apenas dois candidatos[2], segundo relata o Prof. Rubens: 

 

[...] De uma lado, Antônio Goulart Marmo (PSP), por indiação e apoio dos diretores ca CAIC, CICMA e CPEF, pois este era funcionário de inteira confiança de seus diretores. Tratava-se de garantir, pelo domínio do poder público local, a continuidade das metas a serem alcançadas. Em outras palavras, as vendas de todas as propriedades urbanas e rurais [...]

Do outro, a candidatura de Hermínio Brighenti, pessoa de pouca influência, na época, tanto nos meios políticos locais, como regionais, sem qualquer respaldo dos diretores da CAIC, CICMA e CPEF, e de outros grupos, economicamente aliados ao interesses desses.[3]

 

No dia 14 de março de 1949, a terrinha realizaria a sua primeira eleição municipal. Participaram do pleito 1211 eleitores, o qual elegera o Sr. Antônio Goulart Marmo com 84% dos votos, ou seja, 954 votos, contra 209 de Hermínio Brighenti, além de 22 votos nulos e 26 brancos.[4]

 

Festividade de comemoração a vitória de Antônio Goulart Marmo (Reprodução: Livro Reviver Adamantina/João Carlos Rodrigues).

Prédio da Câmara Municipal  (Reprodução: Livro Reviver Adamantina/João Carlos Rodrigues). 

 

Para o Legislativo foram eleitos os seguintes edis:

 

 ·         Coligação – PSD/UDN/PDC – 6 cadeiras:

Aristides Fragoso da Costa – 113 votos

Carlito Schimidt Vilela – 84 votos

Caio Gracho da Silva Pereira – 70 votos

João Batista Perrone – 40 votos

João Perrone – 33 votos

Francisco Dário Tóffoli – 27 votos

Suplentes:

Euclides Maranha – 27 votos

Antônio Cescon – 26 votos

Segundo Zaparoli – 25 votos

 

·         PSP – 5 cadeiras:

Francisco Gimenes Roda Filho – 74 votos

Euclides Romanini – 55 votos

Ary Toledo e Silva – 53 votos

Kaneake Ijuim – 45 votos

José Pereira Melo – 48 votos

Suplentes:

João Jorge de Oliveira – 42 votos

Miguel Abdo – 39 votos

Sebastião Vieira – 22 votos

Quintino Francisco de Jesus – 23 votos

 

·         PTB – 2 cadeiras:

Abdon Prado Lima – 55 votos

Pedro Vicentini – 27 votos

Suplentes:

José Schimidt Vilela – 18 votos

Pedro Borro – 12 votos[5]

 

Dessa forma, assim foram preenchidas as primeiras cadeiras dos Poderes Legislativo e Executivo da terrinha. Daí pra frente a história já é bem mais conhecida e seus pormenores oportunamente serão detalhados também.

 

Tiago Rafael dos Santos Alves

Professor, Historiador e Gestor Ambiental

Membro Correspondente da ACL e AMLJF

 


[1] SILVA, 1989, p. 129

[2] Não haviam Vice-prefeitos no período.

[3] Idem. Grifo nosso

[4] Idem.

[5] Idem.

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