Memória

Pioneiros Anônimos (I): O Capitão Marinho e seus causos

Um breve relato sobre os “causos” nada verídicos do saudoso Capitão Marinho.

Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental Colunista
Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental
Pioneiros Anônimos (I): O Capitão Marinho e seus causos

 “Humor não é um estado de espírito, mas uma visão de mundo.”

Ludwig Wittgenstein

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Nos últimos dias lendo entre um artigo e outro da historiografia brasileira, acabei me deparando com um texto do Prof. Dr. Elias Thomé Saliba sobre a história do humor no Brasil. Pois bem, é interessante notar que diferentemente do muitos pensam, o “humor”, o “riso” e a “comédia”, também se apresentam como objetos de estudo dos historiadores. E é dessa forma que vamos ao que nos interessa, falar da “história da terrinha”, ou melhor de alguns “causos bem humorados e ‘verídicos’ de um dos personagens da terrinha”.

Tempos atrás acabei escrevendo por aqui sobre o “saudoso” Capitão Marinho, um dos personagens típicos de nossa história. No entanto, o que não relatei foram os “causos verídicos” contados por ele a alguns moradores daqui. Destaco que não o conheci pessoalmente, no entanto, tais relatos podem ser revisitados no Livro do Prof. Cândido Jorge de Lima[1] e com alguns moradores que o conheceram pessoalmente.

O primeiro “causo verídico” do Capitão se referia a um de seus amigos. Dizia ele que certa vez, estava a espera da “jardineira[2]”, no bar de madeira, em frente ao Supermercado Godoy, tomando uns “aperitivos” com tal amigo. Este por sua vez, abusara um pouco na bebida e teria ficado “meio chumbado”. Ao adentrar na condução, teria permanecido com o braço do lado de fora. No cruzamento com um caminhão de toras, seu braço teria sido arrancado. No entanto, segundo relatava o Capitão, de tão embriagado, seu amigo só foi perceber que teve o braço arrancado quando foi descer da jardineira, em Lucélia, e não conseguiu se apoiar.

Num outro “causo” dizia ele que naquela região onde vivia, próximo ao Rio Feio, era bom ficar atento, pois os pássaros riscavam os mamões com as unhas para que pudessem amaderecer mais rápido. E que num certo dia ao colher uma das frutas mais bonitas, escutou um barulho estranho vindo de dentro dela. Quando sacudiu, saíram cerca de 75 sanhaços de dentro.

E ainda, contava ele que, os jogos de futebol no campo do Bairro Aidelândia precisavam ser apitados por um juiz montado a cavalo, pois o campo tinha quase um alqueire. Mas isso não era nada se comparado ao chute que certa vez fora dado por um dos jogadores. Este fora tão forte que necessitou de um dos tratores da Prefeitura para arrancar a bola de dentro do barranco.

Enfim, dentre esses e outros “causos”, o saudoso “Capitão Marinho”, ou também chamado de “Marinho do Rio Feio”, ficou conhecido. Agora se são verídicos... Isso já é outra história! No entanto, por aqui cabem as recordações e “causos” de personagens que um dia marcaram a história da terrinha.

Tiago Rafael dos Santos Alves

Professor, Historiador e Gestor Ambiental

Membro Correspondente da ACL e da AMLJF

 


[1] Conferir Jubileu de Ouro de Adamantina. p 59-60.

[2] Espécie de ônibus, com aberturas nas laterais. Muito comum por aqui nas décadas de 1950-1960.

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