Memória

No meio do caminho tinha uma casa (ou melhor, um bar) – Parte II

Um novo relato sobre a construção de uma casa (ou melhor, um bar) em meio ao traçado da linha férrea.

Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental Colunista
Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental
No meio do caminho tinha uma casa (ou melhor, um bar) – Parte II

“No meio do caminho tinha um bar / tinha um bar no meio do caminho /

tinha um bar / no meio do caminho tinha um bar.”

Carlos Drummond de Andrade - Adaptado

* * *

Recentemente, me perguntaram de onde vem o “tempos pós-coronavirais”... Aqui cabe explicar que o utilizo como um fator de divisão temporal, como um antes e depois (Ex: a.C. ou d.C.), ou seja destaco que estamos vivenciando um mundo pós-coronavírus. E claro, com todas as suas especificidades. Bom... Neologismo explicado, vamos ao que interessa nesse “reino da pós-verdade tupiniquim”.

A alguns dias atrás, um amigo de outra terrinha, ‘Lucélia’, me solicitou que escrevesse algo sobre a história de lá. Pois bem, o fiz! E acabei publicando por aqui também (confira aqui). No entanto, como precisei pesquisar algumas fontes, achei algumas curiosidades que se relacionam com a terrinha de cá, que merecem ser relatadas, cada qual ao seu tempo próprio.

Uma delas, se referia “aquela” casa construída pelo Prefeito de Lucélia, em meio ao trajeto da linha férrea, a qual impedia que Adamantina se tornasse o “ponto final” dos trilhos da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Sobre isso também já relatei por aqui tal história (reveja aqui). Mas, acabei por descobrir algumas situações especificas sobre tal fato na época.

Pois bem, essa casinha chegou a comportar um “barzinho” bem modesto, onde diversos moradores e viajantes passavam e paravam. No entanto, e aqui entra o lado curioso da história, várias destas pessoas sabiam do “impasse” entre a Companhia, Lucélia e Adamantina, faziam “chacotas” e perguntavam constantemente ao dono do bar “em que pé andava” o tal processo.

Incorformado com tantas perguntas e o mesmo tempo sem saber o que responder, ele fez uma placa com os seguintes dizeres: “Não sei de nada!” E a afixou nas paredes. Desta forma, quando alguém lhe perguntava algo sobre a situação, ele apenas apontava para a mesma. E assim, nascia o “Bar não sei de nada”!

Enfim, sabendo ou não sabendo, com placa ou sem placa, com casa ou sem casa, o fato é que a ferrovia deslanchou... Daí pra frente, todos nós já sabemos da história. No entanto, por aqui cabem as “curiosidades e as perólas” desta e de outras “terrinhas”.

Tiago Rafael dos Santos Alves

Professor, Historiador e Gestor Ambiental

Membro Correspondente da ACL e AMLJF

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