Memória

Entre vitórias e desastres: Adamantina e o avião

Um breve relato sobre a aviação em Adamantina.

Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental Colunista
Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental
Acidente aéreo em Adamantina (Reprodução: Arquivo Histórico Municipal). Acidente aéreo em Adamantina (Reprodução: Arquivo Histórico Municipal).

“As coisas são mais belas quando vistas de cima.”
Santos Dumont

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Nos últimos dias fomos surpreendidos pelas diversas propagandas de um “circo”, realizadas por meio de um avião e seu alto-falante. Pois bem, isso me fez lembrar que até mesmos os aviões possuem muita história na terrinha.

Em fins da década de 1940, Adamantina ainda não possuía transporte ferroviário e as estradas que ligavam à Capital ainda eram bem precárias. Desta forma, podemos dizer que por aqui o avião antecedeu o trem e o ônibus.

O Sr. Antonio Goulart Marmo, que viria a se tornar o 1º Prefeito Municipal, possuía vasta experiência na área da aviação, construiu em tempo recorde um campo de pouso para que pudessem recepcionar o então Governador do estado Adhemar de Barros. Atualmente, tal localidade recebe o nome de Jardim Aviação.

Anos mais, em 1951, Adamantina chegaria a participar da III Regata Aérea Pan-americana, com seu piloto e prefeito Antonio Goulart Marmo, se sagrando campeã na mesma.

Mas, infelizmente, quando se fala em aviões, há também o relato de ao menos três desastres que marcaram a história da cidade.

O primeiro ocorreu em uma quinta-feira, 25 de julho de 1957, às 17:35, devido à uma pane no motor, o avião veio a se projetar ao solo em via pública, tanto o Sr. Humberto Ambrósio, como o Sr. Antônio Chavarelli (Dunga) vieram a óbito no local.

Anos mais tarde, em 23 de março de 1969, às 18:00, a aeronave pilotada pelo Sr. Everaldo de Morais Barreto, caiu em um cafezal, próximo ao atual aeroporto. Único ocupante, Everaldo veio à óbito no local.

E por último, em 30 de maio de 1977, às 14:15, outro acidente aeronáutico assolou a cidade, desta vez pilotado pelo Sr. Bruno Francisco Zanandréa e ocupado pelos Srs. Kleber de Campos Palone e Lício Guimarães Leite. O referido avião veio a colidir em solo em um pasto próximo à Estrada Vicinal José Bocardi. Os três tripulantes também vieram à óbito.

Enfim, a terrinha já teve campo de aviação, prefeito campeão de regata aeronáutica, desastres e até furto de avião. E nos últimos tempos, até escola de aviação e prática de diversos esportes ligados ao ar. E aqui cabe um breve questionamento: Por que não ampliar a atual área do aeroporto?

Tiago Rafael dos Santos Alves é historiador. Acesse aqui seu perfil.

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