Memória

Entre marchas e manifestações: o que nos espera?

Uma breve análise da Marcha da Família com Deus pela Liberdade e do atual cenário político.

Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental Colunista
Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental
Às vésperas da Revolução de 64, passeada por Deus e pela família, na Rua Deputado Salles Filho, centro de Adamantina (Foto: Arquivo Histórico Municipal). Às vésperas da Revolução de 64, passeada por Deus e pela família, na Rua Deputado Salles Filho, centro de Adamantina (Foto: Arquivo Histórico Municipal).

“Portanto, em nome da democracia, vamos usar desse poder, vamos todos nos unir! Vamos lutar por um mundo novo, um mundo decente, que dê ao homem uma chance de trabalhar, que dê um futuro a juventude e segurança aos idosos.
Foi prometendo essas coisas que cruéis chegaram ao poder. Mas eles mentiram! Não cumpriram sua promessa e nunca cumprirão! Ditadores libertam eles mesmos, mas escravizam as pessoas. Agora vamos lutar para que essa promessa seja cumprida, vamos lutar para libertar o mundo, acabar com as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à intolerância. ”
(Charles Chaplin – O Grande Ditador – 1940)

* * *

Às vésperas das eleições estamos vivenciando uma série de manifestações em relação ao candidato X ou ao candidato Y. Sem querer tomar partido e quiçá entrar em méritos conceituais desse ou daquele partido, acredito que o verdadeiro “foco” das eleições está se perdendo (se já não se perdeu!). Sem falar que na atual conjuntura ou você é “coxinha” ou é “mortadela”! (Me desculpem, mas prefiro lasanha!)

As redes sociais que teria como objetivo o entretenimento, estão sendo bombardeadas, a todo momento, com os mais diversos “extremismos” e “radicalismos” dessa “dicotomia” inútil (pró-candidato e anticandidato), que infelizmente não levará a lugar algum.

Tais manifestações locais me fizeram recordar de um outro evento deste mesmo porte, vivenciado até mesmo aqui na terrinha, na década de 1960, “A marcha da família com deus pela liberdade. ” Que por sinal “arrebanhou” uma grande quantidade de pessoas.

Estas manifestações foram uma resposta à “suposta ameaça comunista”, do comício do então Presidente João Goulart, em 13 de março de 1964, onde havia prometido realizar as chamadas “Reformas de base”.

Diversos grupos sociais organizaram estas manifestações, incluindo a igreja católica e os setores políticos mais conservadores, os quais pediam a saída de João Goulart. Em 1º de abril de 1964 é instaurada a Ditadura Militar no Brasil. Daí pra frente a história já é conhecida por todos nós e deu no que deu! (Mesmo que alguns a ignorem, não a conheçam ou não a estudaram!)

Enfim, infelizmente o que se percebe é que nos dias atuais, assim como ocorreu nesse passado não tão distante, as pessoas preferem “olhar para os lados”, mas sem perceberem que de tanto fazerem isso, esquecem de como se anda “pra frente”!

Tiago Rafael dos Santos Alves é historiador. Acesse aqui seu perfil.

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