Memória

Entre guardas, inspetores e suplentes. Quem zelava pela segurança?

Um curto relato sobre os primórdios da Segurança Pública em Adamantina (SP).

Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental Colunista
Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental
Primeira cadeia pública de Adamantina, na década de 40, localizada ao fina da Rua Euclides da Cunha (Reprodução/Livro Reviver Adamantina, de João Carlos Rodrigues). Primeira cadeia pública de Adamantina, na década de 40, localizada ao fina da Rua Euclides da Cunha (Reprodução/Livro Reviver Adamantina, de João Carlos Rodrigues).

Na última semana, foi comum o cenário midiático da terrinha evidenciar em suas páginas, os inúmeros delitos por aqui e ali ocorridos, seja por este ou aquele motivo. Pois bem, na mesma semana,  dando uma olhadinha em algumas fotos expostas no Paço Municipal, pelo amigo João Carlos Rodrigues, me chamou a atenção a foto relativa à Cadeia Pública Municipal. Tratava-se de uma construção de madeira e apenas uma cerca de balaústres com arame farpado. Algo bem incomum nos dias atuais. Nesse sentido, fui procurar entender como um dia já se processou a questão da segurança pública na terrinha.

Quando Adamantina ainda era um povoado, e estava subordinada à Lucélia, dependia dos serviços de polícia tanto civil, como militar que esta dispunha na época. Dessa forma, muitas vezes o atendimento a uma ocorrência demorava muito e nem sempre se chegava a tempo. Assim, para que o povoado pudesse contar com tais serviços, alguns “cargos” foram criados no período para suprir tal necessidade.

Primeira cadeia pública de Adamantina, na década de 40 (sem e com pintura), localizada ao fina da Rua Euclides da Cunha (Reprodução/Livro Reviver Adamantina, de João Carlos Rodrigues).

Delegacia de Polícia, instalada em 1950, na Avenida Capitão José Antônio de Ooliveira, 611, em frente à Sabesp (Reprodução/Livro Reviver Adamantina, de João Carlos Rodrigues).

Aldione Ferreira Ferro, 1º guarda noturno de Adamantina, recebendo homenagem da Câmara Municipapl em 1969 (Reprodução/Livro Reviver Adamantina, de João Carlos Rodrigues).

A figura do Guarda Noturno foi uma dessas. Sendo exercida por muito tempo pelo Sr. Aldione Ferreira Ferro. Segundo relata o Prof. Cândido: “Tinha no sangue a vocação militar, vestia botina preta e engraxava o calçado diariamente [...] Ele viajava até a Comarca de Regente Feijó, a cavalo, para receber ordens do Judiciário.”

Nas áreas rurais, que possuíam a maior parte da população, outro personagem entrava em cena, o Inspetor de Quarteirão. Cada bairro possuía um destes, que traziam as informações quando necessário, e da mesma forma, se reuniam mensalmente com o Delegado de Polícia para tomarem ciência das diversas informações e comunicados. Da mesma forma, também surgiam outros personagens como os “Suplentes de Delegado”, que por aqui exerciam a função sem nada receberem.

Equipe que atuava na segurnaça pública em Adamantina, na década de 50 (Reprodução/Livro Reviver Adamantina, de João Carlos Rodrigues).

Lançamento da pedra fundamental para construção da delegacia de polícia e cadeia, em 1957 (Reprodução/Livro Reviver Adamantina, de João Carlos Rodrigues).

Delegacia e cadeia pública, na década de 60 (Reprodução/Livro Reviver Adamantina, de João Carlos Rodrigues).

Com a emacipação político-administrativa da terrinha, tais personagens acabaram dando lugar as devidas instituições responsáveis pela Segurança Pública. Assim, em 1950, é instalada a Delegacia de Polícia e em 1º de abril de 1967, a 2ª Companhia da Polícia Militar.

Enfim, independentemente do cargo ou função, ficam aqui registradas as recordações de um período onde a criminalidade na terrinha era consideravelmente bem menor. E aqui, também cabem os agradecimentos a estas pessoas, que um dia muito fizeram por nada em troca.

Tiago Rafael dos Santos Alves

Professor, Historiador e Gestor Ambiental

Membro Correspondente da ACL

Publicidade

Cóz Jeans
P&G Telecomunicações
Shiba Sushi Adamantina

Publicidade

Insta do Siga Mais