Crônicas de outrora: o primeiro professor de Adamantina
Um breve relato sobre o Sr. Américo Sgorlon, a partir dos relatos do Sr. Francisco Dário Toffoli.
“A educação, qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática.”
Paulo Freire
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Recentemente temos visto por aqui e ali um certo alvoroço no que se refere a famosa “volta às aulas”. Seja se forma remota, híbrida ou presencial, o fato é que ao longo de todo o período pandêmico, a “presença” dos docentes na formação de cada aluno tornou-se mais do que essencial.
E já que estamos falando de “professores”, dando uma lida em uma “Crônica Histórica” produzida pelo Sr. Francisco Dário Toffoli, acabei encontrando algo sobre o “Primeiro Professor” da terrinha.
Assim relata o Sr. Francisco:
Atualmente poucas são as pessoas que sabem realmente que foi o PRIMEIRO PROFESSOR DE ADAMANTINA, embora não formado.
Seu nome é AMÉRICO SGORLON. Logo no nascimento do Patrimônio, ele no mesmo veio morar, e dado a sua inteligência, lecionou com eficiência, desta feita, é bom que se diga. (1978, p.14)
E continua:
Adamantina desde o seu nascimento, contou com pessoas aptas para ensinar suas primeiras crianças. Parabenizamos o Sr. Américo Sgorlon, por suas qualidades prestimosas. (Idem)
Sobre o local onde o Sr. Américo lecionava, o Sr. Francisco comenta:
[...] naqueles idos, ficava nas alturas do número 544, da Avenida que na época era denominada de Principal, atualmente denominada de Av. Capitão José Antônio de Oliveira. A sala fazia parte de uma casa construída de tábuas.[1] (Idem)
Além disso, conforme continua o Sr. Francisco seu relato, o Sr. Américo também foi o primeiro a instalar uma loja de fazendas[2].
Tendo deixado de lecionar, o Sr. Américo Sgorlon estabeleceu-se com uma modesta Loja de Fazendas na Avenida Principal, hoje Av. Cap. José Antônio de Oliveira, um pouco acima da Estação Rodoviária[3], onde está a Borracharia Carvalho. (Idem)
Da mesma forma, também foi o responsável pelo Primeiro Correio da terrinha:
O primeiro Correio no então Patrimônio de Adamantina, era particular, e quem o estabeleceu foi o mesmo Sr. Américo Sgorlon (isto por vários anos). As correspondências destinadas ao Patrimônio de Adamantina, chegavam com ônibus até a vizinha cidade de Lucélia, e quem as distribuíam aos moradores de Adamantina, era o Sr. Américo.
Mais tarde, por motivos outros, Américo passou esse duro empenho para o cidadão João Lissoni Neto, que o executou com satisfatória proficiência. (Idem)
Pois bem, cabe ressaltar que a memória do Sr. Américo Sgorlon se perpetua nas ruas da terrinha, mais precisamente no Bairro Cecap, onde um de seus logradouros leva o seu nome. Por aqui, coube a história, a curiosidade e a memória de outrora pelas linhas de outro saudoso munícipe, Sr. Francisco Dário Toffolli.
Tiago Rafael dos Santos Alves
Professor, historiador e gestor ambiental
Membro correspondente da ACL e AMLJF