Cantinas, restaurantes, pousadas e hotéis – Como tudo isso começou por aqui?
Um breve relato sobre o surgimento dos primeiros estabelecimentos do ramo de hotelaria e alimentação na cidade de Adamantina.
“O sonho é que leva a gente para a frente. Se a gente for seguir a razão, fica aquietado, acomodado.”
Ariano Suassuna
* * *
A algum tempo atrás algumas pessoas comentavam comigo a possibilidade de se escrever sobre os hotéis da “terrinha”. Pois bem, dando uma “pesquisada” aqui e ali acabei localizando algumas fontes (imagens, textos e relatos) sobre alguns deles.
Como se sabe, a terrinha vivenciou nas décadas de 1940 e 1950 um grande fluxo de pessoas que por aqui passavam e/ou se instalavam. Alguns procuravam novas “oportunidades” em meio a uma recém-criada cidade, outros se deslocavam em virtude do trabalho (funcionários públicos, empregados das empresas de “colonização”, etc.). Assim, muitos destes acabavam necessitando de algum estabelecimento que pudesse fornecer “refeições” e também hospedagem.
Segundo o Prof. Cândido Jorge de Lima: “O primeiro estabelecimento a fornecer refeições caseiras era de propriedade da Sra. Júlia de Souza, tendo suas filhas Zulmira e Clarice como garçonetes.” (1999, p. 81)
Dona Júlia e suas filhas (Reprodução: Jubileu de Ouro de Adamantina/Cânddo Jorge de Lima).
E continua:
[...] na Avenida Principal nº 286 (Av. Cap. José Antônio de Oliveira), havia o Restaurante do Motorista, de propriedade do Costinha e de Dona Lourdes, passou a se chamar posteriormente, Cantina Portuguesa (atual Cartola). Também localizado na Avenida Principal, havia o Restaurante do Sr. José de Souza Lalau. (Idem)
Costinha e dona Lourdes (Reprodução: Jubileu de Ouro de Adamantina/Cânddo Jorge de Lima).
Se por um lado as Cantinas e Restaurantes marcaram a história da terrinha, por outro lado temos inúmeros empreendimentos que marcaram o ramo da hotelaria por aqui. Conforme relata novamente o Prof. Cândido: “No ramo da hotelaria, Hotéis do Sr. José Dias Bravo, Hotel D’Oeste (do Sr. Manoel Pereira da Costa), Hotel Yamato (do Sr. Hihyti Endo), Hotel Andery, de José João Andery e mais 20 pequenos hotéis e pensões.” (Idem)
(Acervo Pessoal).
(Acervo Pessoal).
(Acervo Pessoal).
(Acervo Pessoal).
E claro, conforme já relatado por aqui (reveja) a terrinha ainda passou a contar com o Grande Hotel de Adamantina (atual Hotel Villaverde). Uma das “vitrines” e “cartões-postais” que alavancaram o ideário de “progresso” por aqui.
Enfim, atualmente a terrinha já não dispõe de muitos dos lugares supracitados. No entanto, por aqui cabe a recordação e ao menos um “pouquinho” da história destes que um dia muito contribuíram (e contribuem) para o desenvolvimento desta cidade.
Tiago Rafael dos Santos Alves
Professor, Historiador e Gestor Ambiental
Membro Correspondente da ACL e da AMLJF