Café com ferrovias e lembranças – Parte III: Eis que surge um novo eleitorado
A visão de alguns adolescentes sobre algumas perspectivas de uso de alguns espaços em Adamantina.
“Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério, não é sério / Sempre quis falar / Nunca tive chance / Tudo que eu queria / Estava fora do meu alcance / Sim, já / Já faz um tempo Mas eu gosto de lembrar / Cada um, cada um / Cada lugar, um lugar / Eu sei como é difícil / Eu sei como é difícil acreditar...”
Não é sério – Charlie Brown Jr.
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No último domingo, em meio aos atuais tempos de Google Meet e Microsoft Teams, acabei me reunindo “virtualmente” com alguns ex-alunos da Rede Estadual da terrinha. Para minha surpresa, estes pretendiam apresentar um trabalho em um Congresso de Iniciação Científica local. O tema: A Estação Ferroviária (Ontem, hoje e amanhã).
Sou suspeito a falar sobre o tema, pois essa é uma das minhas áreas de estudo. No entanto, pelo que pude ver, percebi em suas falas como há certa preocupação das “novas gerações” com a utilização de tais espaços na terrinha.
(Foto: Siga Mais).
Achei curioso, pois tais alunos sequer eram nascidos quando a Estação Ferroviária (atual Estação Recreio) foi incendiada, o que ocorreu a quase 20 anos, quem dirá quando a mesma fora inaugurada. Ou seja, a única coisa que chegaram a vivenciar de tais espaços, foram as “marcas” que de tal período restaram. O que de certa forma é um pouco diferente com a turma de minha geração e afins, pois trazemos uma memória afetiva, sobre tal espaço em outrora, o que não ocorreu com eles.
E nesse sentido me recordo novamente de que tal tema, envolvendo este espaço, já fora relatado por aqui em diversos textos. Assim, acredito que em tais épocas, diga-se “eleitorais” devemos nos atentar e mesmo “cobrar” dos atuais pré-candidatos ao Executivo e Legislativo local, ações que possam viabilizar novas opções de lazer e entretenimento para a dita “Estação Recreio” e suas adjacências.
(Foto: Siga Mais).
Garanto aos nobres pré-candidatos que alternativas não faltam, basta ouvirem a população e seguirem exemplos de cidades que transformaram inúmeros lugares antes inutilizados, em ótimas opções de espaços culturais e afins. Desta forma, “vale a pena ouvir, discutir e colocar em prática, ou pelo menos ‘tentar’ obter meios para isso.”
(Foto: Siga Mais).
Enfim, destaco que, para os “nobres candidatos” ficam as dicas de um “novo eleitorado”, que está atento aos direitos de sua comunidade e precisa ser ouvido. Por outro lado, ficam também as incógnitas sobre os atuais “usos” e “não usos” de alguns espaços nas adjacências da Estação Recreio que podem ser “melhorados” e “potencializados”.
Tiago Rafael dos Santos Alves
Professor, Historiador e Gestor Ambiental
Membro Correspondente da ACL e da AMLJF