A ação solidária dos adamantinenses, mais uma vez, mostrou o quanto a mobilização organizada é capaz de responder aos desafios e ajudar quem precisa, sobretudo superando barreiras, dificuldades e a distância.
Sensibilizada pelo impacto dos estragos com o rompimento da barragem da Mineradora Samarco, em Mariana (MG), no dia 5 de novembro passado, a professora Ana Lúcia Bonilha Tiveron decidiu sair da zona de conforto e se dispôs a organizar uma campanha local para arrecadar água potável mineral, em embalagens descartáveis.
Confiante na adesão à campanha, Ana Lúcia tinha certeza que a solidariedade iria se fazer presente, mais uma vez. Esse era um desafio, porém, o menor deles.  O segundo era transportar a arrecadação até as cidades mineiras, para atender os moradores atingidos pela tragédia e cumprir o objetivo da campanha. Nesse sentido, somou-se a solidariedade da empresa RTE Rodonaves Transportadora, que por meio de sua unidade de Adamantina disponibilizou o transporte, sem a cobrança de frete.
Assim, foi iniciada a mobilização, e não houve distância física que afastasse os corações solidários, sendo esta a grande motivação para que pessoas de Adamantina e região se dispusessem a ajudar, para arrecadar água mineral e ajudar quem precisa dela para beber e se alimentar. As doações foram unitárias, individuais, outras em grandes lotes e até em dinheiro – que por sua vez permitiram adquirir grande quantidade de água mineral em embalagens descartáveis. O volume arrecadado é de aproxiadamente 40 mil litros, exigindo inclusive a reorganização logística da RTE Rodonaves, sendo substituído o caminhão inicial por uma carreta.
O carregamento deve deixar Adamantina nesta semana e seguirá por cerca de 1.300 km até chegar à Defesa Civil de Governador Valadares (MG), onde as autoridades locais farão a distribuição.

Água: necessidade básica

A água potável á uma necessidade básica dos moradores de Bento Rodrigues e outros distritos próximos, em Mariana (MG), além de outros moradores de cidades como Governador Valadares, na região diretamente impactada pelo desastre e aqueles que são abastecidos ao longo do Rio Doce, que recebeu toda a carga de lama, provocando a suspensão no fornecimento de água para a população. A tragédia - considerada o maior desastre ambiental do Brasil – provocou perdas humanas, de animais e materiais, além do impacto ambiental sem precedentes na flora e fauna, e na vida aquática.