Cidades

Especial: Santas Missões em Adamantina e os desafios da fé

Irmão Alan Zuccherato é Missionário Redentorista e fala sobre as Santas Missões em Adamantina.

Por: Da Redação atualizado: 6 de novembro de 2017 | 16h14
Irmão Alan Patrick Zuccherato destaca os principais aspectos das Santas Missões em Adamantina e os desafios locais para a promoção e fortalecimento da fé em comunidade (Fotos: No Click com o Senhor). Irmão Alan Patrick Zuccherato destaca os principais aspectos das Santas Missões em Adamantina e os desafios locais para a promoção e fortalecimento da fé em comunidade (Fotos: No Click com o Senhor).

As Santas Missões Redentoristas, que marcaram o final dos anos 80 em Adamantina, são reapresentadas aos católicos da Paróquia de Santo Antônio, que se mobilizam com o desafio de viver e crescer em comunidade. A mobilização foi iniciada em setembro e segue até meados de novembro, com a presença dos padres e irmãos da Congregação do Santíssimo Redentor (Missionários Redentoristas), sediados em Aparecida.
Em Adamantina, um dos interlocutores das Santas Missões Redentoristas é o irmão Alan Patrick Zuccherato, que é Missionário Redentorista da Congregação do Santíssimo Redentor. No intervalo das celebrações comunitárias na Paróquia de Santo Antônio, concedeu entrevista ao SIGA MAIS.
E o primeiro aspecto abordado na entrevista foi sobre dois momentos: o de 1989, quando as Santas Missões foram realizadas na Paróquia de Santo Antônio, e o vivido agora, 28 anos depois. Alan Zuccherato destaca que, mesmo com essa janela de tempo e os novos meios de se comunicar, a essência e a metodologia das Missões permanecem. “O nosso método, no seu esqueleto, continua”, diz. “É um anuncio kerigmático, das grandes verdades da nossa fé, e uma convocação para renovar a participação na vida cristã da comunidade e para o despertar de novas lideranças”, continua.
Esse desafio missionário responde também ao Documento Nº 100 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil): “Comunidade de Comunidades: uma nova paróquia”. Na prática, e dentro de uma estrutura organizacional dinâmica e participativa, as Santas Missões pretendem criar os setores comunitários na Paróquia de Santo Antônio compostos por 20 a 30 famílias cada. “A família no setor pertence à comunidade, que se organiza em uma paróquia, que compõe a Igreja Diocesana”, explica. “É criar um espírito de pertencimento”, reforça Alan.

A Missões de 1989 e 2017 e os desafios contemporâneos

Ao comparar as Santas Missões de 1989 com a edição atual, em andamento, o missionário irmão Alan Zuccherato traz uma característica bastante marcante dos tempos atuais: o individualismo. Essa condição se evidencia, sobretudo, pelos recursos da modernidade, como os meios de comunicação – sobretudo a televisão – e as redes sociais digitais, conectando pessoas virtualmente, mas isolando-as na própria família e na própria comunidade.
Esse individualismo e os meios tecnológicos disputam o indivíduo. “É muita concorrência: antes o missionário chegava na cidade e era a atração da comunidade e hoje precisamos buscar espaço em meio àquilo que retém as pessoas. Temos que ser a Igreja da atração”, diz. Ele faz uma autocrítica sobre a própria organização religiosa e como ela se apodera dos meios de diálogo e aproximação. “Às vezes se faz necessário superar estruturas que talvez estejam ultrapassadas, e isso exige conversão”, desafia. “O método, a forma, a abordagem e os novos desafios são uma grande diferença em relação à Missão de 1989”, completa.
Além dessas barreiras no fazer comunicacional, irmão Alan destaca também a mudança na radiografia social da cidade, onde o entorno da Igreja Matriz é formado por uma população que envelheceu. Segundo ele, no centro da cidade os grupos de idosos são mais presentes. Por outro lado, é preciso dialogar também com os as crianças e a juventude. “Estamos inovando e buscando caminhos”, revela.
Outro fator mapeado por Alan, nos tempos atuais, é o comodismo. “Muitos decidem viver no seu mundo particular e não se envolver, não assumir responsabilidades, porque é mais fácil ficar em casa, na TV, na internet, no celular, em mil e uma redes sociais, mil e uma comunicações”, diz. Essa prática reforça o isolamento. “Se a comunicação em casa e com a família ficam de lado, quem dirá a comunicação com a igreja”, questiona.
Para enfrentar esse cenário, o irmão Alan destaca que a Igreja está consciente do desafio de estimular novos métodos e buscar a conversão pastoral. “É a Igreja em saída. O Papa Francisco pede isso. Não podemos apenas esperar o fiel ir até a Igreja”, diz. “A igreja precisa sair, ir à periferia, ir às pessoas para promover o anúncio do Evangelho”, ensina.
Nesse espírito missionário, irmão Alan destaca que a dinâmica das Santas Missões traz Jesus Cristo e a Virgem Maria – esta representada por Nossa Senhora Aparecida –, como protagonistas desse trabalho. Ele destaca que o trabalho à campo é realizado por um grupo de 15 missionários, o pároco, religiosos leigos e consagrados, casais coordenadores e a outras lideranças. “Quando formos embora e ninguém mais se lembrar da gente, ótimo. O que precisa ficar é a mensagem do Evangelho de Jesus”, diz.
Irmão Alan destaca ainda, como também imprescindível às Santas Missões, que se promova uma evangelização alegre, feliz, como pede e faz o Papa Francisco. “Ele não quer gente carrancuda”, ressalta. “A evangelização passa pelo caminho da alegria: como vou convencer as pessoas se eu não for convencido? Quando o amor não vence, nada mais convence”, indaga.

Adamantina: gratidão, perseverança e testemunho

Em sua fala final dirigida aos católicos participantes das Missões, em Adamantina, o irmão Alan Patrick Zuccherato destaca duas palavras: gratidão e perseverança. “Minha gratidão ao povo de Adamantina, pelo envolvimento nos trabalhos da Paróquia. A cidade precisa caminhar junto com a Igreja, para que essa cidade sonhada e esses dias melhores possam acontecer”, disse.
Segundo Alan, as Missões deixam um saldo de organização comunitária estruturando a Paróquia de Santo Antônio em mais de 200 setores e mais de 300 líderes leigos. E à comunidade, o desafio de perseverar. “É preciso continuar. A missão é mais prá lá”, convoca.
Para o missionário, fica na comunidade local o desafio de promover a Igreja de saída, a cultura do encontro, a Igreja que cura, e que saiba ouvir as pessoas, criando um ambiente que permita melhorar a realidade das pessoas e do lugar. “Jesus disse: vão, anunciem. E qual a garantia dada por Ele: Eu estarei com vocês”. Com Ele, por Ele e com a força Dele, unidos em Cristo, com Maria. Onde está o missionário, Nossa Senhora Aparecida vai estar junto. Ela é a estrela da evangelização”.
Aos que não participaram das Missões, o irmão Alan também fez uma menção especial. “Aos que estão de fora, tenho certeza que o testemunho dos adamantinenses que estão participando irão convencer, evangelizar e tocar essas pessoas. A graça se manifesta no momento oportuno e favorável, na vida e na hora de cada um, de acordo com a vontade de Deus”, ensina.
Frente ao que tem vivenciado em Adamantina, irmão Alan parabeniza a comunidade local. “A comunidade adamantinense está de parabéns, desde o pároco, que é o primeiro missionário, o bom pastor”, diz. “Aqui, de fato, o Padre Rui é um bom pastor do bom rebanho, que constitui a cidade de Adamantina. É um povo receptivo, que assumiu o protagonismo do anúncio do Evangelho, que nos acolhe e participa”, completa.

Os Redentoristas no Mundo e a chegada ao Brasil

A Congregação do Santíssimo Redentor (Missionários Redentoristas) foi fundada por Santo Afonso Maria de Ligório, no dia 9 de novembro de 1732, em Scala, no Reino de Nápoles, Sul da Itália. Em 1894 os Missionários Redentoristas chegaram ao Brasil para o trabalho no Santuário de Aparecida e no Santuário no Divino Pai Eterno. Este primeiro grupo era formado por 14 missionários que vieram da Baviera, na Alemanha.
Três anos depois de chegarem ao Brasil, encantados pela devoção dos brasileiros à Nossa Senhora Aparecida e superando os desafios culturais e da língua, os padres alemães começaram a pregar as missões redentoristas. A primeira delas foi em 1897, em Areias, na região de Aparecida. “Hoje, com 120 anos ininterruptos no Brasil, somos conhecidos pela pregação das Santas Missões Pulares Redentoristas”, orgulha-se o irmão Alan Zuccherato. “A redenção é salvação, libertação, tempo da graça, oferecer possibilidade nova para a vida das pessoas. Como missionários redentoristas do Santíssimo Redentor, queremos continuar o exemplo do Santíssimo Redentor”, continua.
Hoje, no Brasil, os Missionários Redentoristas estão presentes em 9 unidades, chamadas de Províncias ou Vice Províncias. No mundo os redentoristas estão presentes em 79 países.

Missões em Adamantina estão na terceira etapa

As Santas Missões Populares junto à comunidade da Paróquia de Santo Antônio estão na sua terceira etapa, em Adamantina.
As atividades foram iniciadas em setembro, com a primeira etapa da atividade missionária desenvolvida a partir do levantamento sócio religioso com visita a todas as famílias, católicas ou não, da área da Paróquia. Neste primeiro momento foram formados os setores (25 a 30 famílias por setor) para descoberta de coordenadores.
A segunda etapa foi iniciada em 21 de setembro e terminou dia 23 de outubro com Missão nas Famílias, caracterizada pela celebração do Terço Mariano nas casas, pelos próprios moradores. Foram realizadas missas nos bairros de Adamantina. Já no dia 24 aconteceu a formação para animadores e auxiliares, na Capela Nossa Senhora Aparecida, na Vila Jardim e no Salão Catequético São José, na Vila Ipiranga.
Já a terceira etapa, em andamento, foi iniciada no dia 26 de outubro e segue até 12 de novembro, com a presença expressiva de um grupo maior de missionários que estão visitando, celebrando, anunciando e convocando o povo para “viver e crescer em comunidade” na Paróquia e comunidades.

 

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