O engenheiro agrônomo Rafael Pesce (34), que nasceu e tem familiares em Adamantina, e hoje reside em Bauru, inicia nesta semana uma viagem de quatro anos por cinco continentes. O roteiro inicial prevê um percurso de 190 mil quilômetros, com seu carro “casa” por 167 países, na América, Europa, Ásia, África e Oceania.
Rafael nasceu em Adamantina, mudou-se e voltou anos depois, estudando parte do ensino médio em uma escola local. Cursou faculdade e voltou novamente à cidade, em 2006, quando foi diretor de meio ambiente na Prefeitura. Já nos últimos oito anos trabalhou na área de defensivos agrícolas, de onde parte agora para descobrir o mundo.
Rafael está em Adamantina para se despedir de familiares e nas próximas horas inicia sua expedição. Deve passar por Londrina e Maringá, no Estado do Paraná, onde se encontra e também se despede de amigos. De lá segue para o Uruguai e inaugura sua temporada de viagem.
Seu objetivo, agora, é conhecer o maior número de lugares, novas culturas e registrar toda a viagem. Para isso, se dedicou exaustivamente, no último ano, a um planejamento detalhado sobre o projeto. E ao longo dele, várias etapas precisaram ser vencidas.
Rafael disse que o desejo de conhecer lugares sempre esteve presente em sua vida, sobretudo diante de uma sobrecarga de trabalho e um longo período sem descanso e passeios. No ano passado, ao se organizar para tirar férias, começou a identificar destinos que gostaria de conhecer, e sobre cada um desses locais, ampliava as informações.

Ao final de determinado período tinha uma série de destinos e roteiros detalhados, e se viu provocado a conhecê-los, um a um, em uma série de viagens que a partir de então, gostaria de realizar.
Nessa busca, se deparou com pessoas que viajam pelo mundo, entre os quais mochileiros e aqueles que viajam em carro próprio, e se identificou com essa possibilidade. E viu nessa alternativa um meio para explorar todos os roteiros pesquisados, de uma única vez. Tinha, assim, a convicção de que iria se organizar e explorar o mundo, em seu próprio carro.

A preparação

Nas suas pesquisas, Rafael se deparou com pessoas que realizam ou já realizaram expedições pelo planeta. E conseguiu espaço para obter informações, tirar dúvidas, e assim compor seu planejamento, agora dentro dessa perspectiva.
Para isso, várias etapas precisariam ser vencidas. A primeira delas foio desligar-se do emprego, em um ramo que atuava há oito anos. E com os recursos da rescisão trabalhista, mais suas reservas, realizar os investimentos necessários. Entre eles, comprar um carro dentro das sugestões e indicações, e adaptá-lo, já que o veículo se tornaria sua casa móvel, ao longo dos próximos quatro anos.
Assim, organizou todo o seu planejamento e apresentou à sua chefia, onde detalhou o sonho. E teve essa postura, com o projeto em mãos, junto a familiares e amigos, num processo de convencimento e, sobretudo, para ganha-los e buscar adesão e simpatia à sua iniciativa. Nesse aspecto, já começou a colecionar aprendizado e bagagem emocional, recebendo das pessoas próximas e importantes para ele, o estímulo que precisava. E isso tem sido um combustível importante para sua jornada.
Em setembro passado, com as decisões tomadas e seguindo as orientações, adquiriu o veículo indicado, uma Land Rover. E se viu obrigado a conhecer todos os detalhes sobre o carro, aprender o básico sobre mecânica, e a promover as adaptações que o veículo precisaria. Assim, colocou o automóvel sobre um galpão, desmontando-o inteiramente.
Na remontagem, foi realizando a preparação e as adaptações necessárias à viagem, entre as quais, o revestimento interno para enfrentar estações de muito frio, já que construiu seu roteiro priorizando regiões de baixa temperatura. Internamente, o veículo ganhou compartimentos para acomodar a bagagem, equipamentos, mantimentos e a pequena cozinha, onde pretende preparar suas refeições.
Ainda na área interna do veículo, um tampão se transforma em uma cama. Já o bagageiro externo, na parte superior, ganhou uma estrutura de barraca, de fácil montagem, onde também poderá dormir.

Os lugares

Na expedição, Rafael pretende percorrer 167 países em cinco continentes, num percurso de 190 mil quilômetros, equivalente a 95 viagens de ida e volta entre São Paulo e Brasília. Porém, a possibilidade de conhecer mais países é maior, o que depende da abertura de fronteiras, em áreas onde hoje há restrições, sobretudo em áreas de conflito e guerras. “Alguns países não seria possível conhecer hoje, porque estão com as fronteiras fechadas, mas esse cenário pode mudar e ampliar as possibilidades para mais países”, explica.
No percurso pretende percorrer rodovias e trechos off road, e explorar todas as características culturais, paisagens e interagir com as pessoas.

Público poderá acompanhar

O público, de uma maneira geral, poderá acompanhar a viagem de Rafael Pesce pelo mundo. Toda a expedição será documentada e poderá ser vista no site criado para a atividade, bem como nas redes sociais, com fotos, vídeos e relatos.
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