Uma coleta rotineira de insetos proporcionou um achado inédito para estudantes do curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário de Adamantina (UniFAI). Álex Henrique Nascimento dos Santos, Euler Marcelo Silva e Murilo Santos de Oliveira coletaram uma espécie de opilião, parente próximo das aranhas, no Câmpus II da instituição.
De acordo com a coordenadora do curso, Profa. Ma. Daniele de Oliveira Moura Silva, os alunos realizaram o encaminhamento do aracnídeo para análise e identificação. “Investigando mais a fundo, com profissionais renomados na área, constataram que ainda não havia nenhum registro  da espécie em nossa região. O trabalho tem importância internacional”, ressalta a coordenadora.
Depois de encontrado nos corredores do Bloco IV, o aracnídeo foi encaminhado para o estudante do 6º Termo, Bruno Aparecido Alves da Rocha, que adquiriu grande apreço e conhecimento por insetos e demais artrópodes.
“Fiz uma descrição rápida da anatomia do animal e expliquei para os garotos que não se tratava de um inseto, e sim de um Opilião, um invertebrado pertencente à classe Arachnida, ordem Opiliones e família Gonyloptoidea”, relata.
Bruno enviou o registro fotográfico do animal no grupo de Aracnídeos Brasileiros no Facebook: “Um especialista nessa família de Opiliões (Gonyloptoidea) o identificou como pertencente à espécie Discorcytanus pertenuis. O mesmo frisou a importância desse registro, pois não havia relato oficial dessa espécie na região da Nova Alta Paulista”.
A descoberta foi relatada no XI Congresso de Iniciação Científica (XI CIC) da UniFAI, que ocorreu de 23 a 27 de outubro, com o título: “Registro de opilião discocyrtanus pertenuis na região da Nova Alta Paulista”.
O aluno Jean Carlos Silva Finoto foi o responsável por enviar um breve resumo e imagens do achado à revista Pesquisa FAPESP, editada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Achado inédito

“Os opiliões são parentes próximos das aranhas e dos escorpiões. Eles vivem em locais úmidos, embaixo de troncos e pedras, e dentro de cavernas. Não possuem veneno, mas devido ao preconceito vivido pela maioria dos invertebrados, muitos acabam sendo mortos pelos humanos”, detalha Bruno.
Conforme explica, o espécime encontrado foi um macho de tamanho médio, que vagava pelo Câmpus provavelmente em busca de um território onde não houvesse rivais.
“O fato de esse ser o primeiro registro oficial da espécie na região nos faz perceber o quanto nossa diversidade precisa ser estudada, e isso aguça ainda mais os sentidos e sentimentos de aventura que todo biólogo tem dentro de si”, finaliza.