Cidades

Rogério Sacoman: “Somos o primeiro para-choque em termos políticos”

Vereador Rogério Sacoman (PSB) é o segundo entrevistado do SIGA MAIS nesta semana.

Por: Da Redação atualizado: 12 de outubro de 2015 | 09h10
Rogério Sacoman: “Somos o primeiro para-choque em termos políticos”

O SIGA MAIS publica hoje a segunda entrevista, de um ciclo realizado com os vereadores da Câmara Municipal de Adamantina. Hoje, quem participa é o vereador Rogério César Sacoman, popular “Macarrão”. É filiado ao PSB, um dos partidos que atuou na base de apoio, na campanha eleitoral de 2012, ao prefeito eleito Ivo Santos.
Sacoman
Os nove vereadores foram convidados. Oito aceitaram e responderam nossas perguntas, sendo a presidente Maria de Lourdes Santos Gil (DEM) e os vereadores Fábio Roberto Amadio (PT), Aguinaldo Pires Galvão (DEM), Diniz Parússolo Martins (DEM), Luiz Carlos Galvão (PSDB), Noriko Onishi Saito (PV), Roberto Honório de Oliveira (DEM), Rogério César Sacoman (PSB). Apenas o vereador Hélio José dos Santos (PR), vice-presidente da Câmara Municipal, se recusou a participar.
Na conversa com o SIGA MAIS, Sacoman questiona a falta de diálogo entre Prefeitura e Câmara Municipal, o que considera negativo, sugerindo que muitos desencontros poderiam ser evitados, bem como um saldo de resultados mais positivos, se houvesse mais diálogo. E faz uma colocação sobre a exposição do vereador diante da sociedade, sobretudo quanto a cobranças e críticas: “Nós, os vereadores, somos o primeiro para-choque em termos políticos, porque estamos no dia a dia com o eleitor”.

Como o senhor avalia seu comportamento e o comportamento da população nas redes sociais, quando o tema é política local?
Rogério César Sacoman
– Às vezes, algumas críticas são construtivas e é onde a gente vai buscar melhoras no nosso desempenho. Existem também situações onde uma palavra ou alguma indicação que a gente coloca, as pessoas levem por outro lado. Mas é muito legal porque, com isso, vamos corrigindo as coisas.

E a atuação da imprensa tradicional, sobre os temas envolvendo a classe política de Adamantina?
Sacoman
– Acho positiva. Todos têm que fazer seu trabalho e nós da Câmara, também temos que fazer o nosso.

Qual avaliação o senhor faz da administração Ivo Santos?
Sacoman
- Temos avaliado a administração do prefeito Ivo Santos, bem como de outros prefeitos da região. Pegaram uma prefeitura em uma situação delicada, sabemos que têm muitos precatórios e encargos, que a saúde é complexa, sabemos que todos os prefeitos estão passando por uma fase difícil. Sobre a nossa cidade, entendo que o prefeito poderia ser um pouco mais rígido, pois sabendo que essa situação poderia se agravar, já poderia, no início, ter tomado algumas atitudes e talvez hoje não precisaríamos passar por isso. Deveria dosar, e estaríamos assim hoje numa situação mais confortável. Falta um pouco mais de administração.

E a relação entre Câmara e Prefeitura Municipal?
Sacoman
– Analiso como um pouco distante uma da outra, a relação entre esses dois poderes. Muitas reuniões que pedimos com o executivo não acontecem. Muitos secretários do executivo são de fora e num fim de semana, por exemplo, é difícil encontrar. O executivo sempre fazem reuniões entre o prefeito e secretários, e se convidassem os vereadores para essas reuniões poderíamos tomar muitas decisões em conjunto, para ao bem de Adamantina. Falta um pouco mais de diálogo entre os dois poderes, mas procuramos estar sempre trabalhando para buscar coisas boas para a cidade.

Tivemos recentemente o episódio que envolveu a votação do projeto de lei sobre a permuta de área para a Fatec, quando a proposta do prefeito foi derrotada. Com isso, há correntes na cidade que acreditam na existência de uma guerra de forças motivada por diferenças políticas. Qual sua observação sobre essa interpretação de setores da sociedade?
Sacoman
– Não acredito nisso. Acredito que quando o executivo manda um projeto para a Câmara, antes teria que dialogar. Sabemos que essa permuta envolvendo Fatec e matadouro, por exemplo, poderia ter sido melhor elaborada. A nossa prefeitura e a prefeitura de outras cidades estão com dificuldades até para colocar a folha de pagamento em dia. Não podemos pensar em um terreno porque não temos condições de levar a infraestrutura. No caso do matadouro, basta um projeto para tratar disso que será apreciado pela Câmara Municipal.

Sobre a atuação de lideranças políticas e nomes da política local, que não estejam atualmente exercendo mandatos políticos, é saudável, participativa ou é só discurso, em Adamantina?
Sacoman
– Eu acredito que tem muitos partidos com seu ponto de vista. Mas às vezes estão querendo, mesmo sem intenção, atrapalhar a administração. Estão prometendo muitas coisas que não vão acontecer. Sabemos que o momento político hoje é muito difícil, tanto no municipal, estadual e federal. Então não adianta a gente querer chegar e falar que quando estiver no poder vai conseguir coisas melhores. Hoje, no momento, o que precisamos é união. Vamos nos unir e pensar no bem. Só com essa união é que o município, o estado e o Brasil vão sair dessa recessão.

O que a FAI tem de positivo, na sua gestão, que poderia servir de exemplo para a Prefeitura de Adamantina e outras prefeituras da região?
Sacoman
– A gente vê a diretoria da FAI muito bem postada. Um diretor com uma visão muito ampla do futuro. A gente sabe que administrar com dinheiro é mais fácil. Mas vemos essa visão de futuro do diretor da FAI, Márcio Cardim. E nós, na Câmara, lutamos muito para que ele permanecesse no cargo. Reconhecemos seu esforço na conquista de novos cursos e com isso, a nossa cidade, daqui cinco ou dez anos, vai ter outra cara. O que vemos é a direção da FAI administrar com seriedade e sempre pensando no futuro.

No geral, em que há mais erros e mais acertos, na atual administração municipal?
Sacoman
– Erro que eu posso dizer é deixar um pouco as rédeas afrouxadas. Se tivesse segurado um pouco mais, secretários de nossa cidade, teria acertado mais. Ponto positivo eu vejo na saúde, com novos PSF e a abertura da casa de apoio em Jaú.

Têm surgido movimentações em várias cidades brasileiras pela redução dos subsídios (salários) dos agentes políticos, entre os quais os vereadores, vice-prefeito, prefeito e secretários. Com seu ponto de vista sobre esse movimento?
Sacoman
– Lógico que tudo que envolve recessão, as pessoas vão querer achar um erro ou outro. Nós, os vereadores, somos o primeiro para-choque em termos políticos, porque estamos no dia a dia com o eleitor. Nosso salário não é alto como algumas pessoas imaginam e muito do que recebemos trabalhamos sempre ajudando a comunidade, auxiliando várias ações sociais e beneficentes. Não é só esse o caminho. Temos uma Câmara enxuta e econômica. Agora, se fosse um salário muito alto, com certeza reduziríamos.

O que o senhor tem de mais significativo, de resultado efetivo, até agora, no seu atual mandato parlamentar?
Sacoman
– Conquistamos muitas coisas boas. Quando temos um deputado amigo, companheiro, que sabe da nossa luta e da nossa cidade, a gente reúne conquistas boas. Foram consolidados R$ 170 mil para asfalto no Jardim Primavera, por meio do deputado Ed Thomas, duas academias ao ar livre para uso da comunidade nos bairros Vila Joaquina e Jardim Bela Vista, um aparelho de raio-x para a Santa Casa, em uso, e está para ser liberada uma verba de R$ 200 mil para o estádio, entre outros pedidos. Estamos trabalhando muito por Adamantina, porque amamos demais essa cidade.

A administração municipal tem reconhecido essas conquistas, dando o crédito a vocês?
Sacoman
.- Infelizmente não. Quando vão na mídia, a gente não vê isso. Omitem nomes. Ficamos muito chateados porque a gente sabe que todas as conquistas que o vereador e o deputado trazem, é o prefeito que assina o convênio. Tudo é em conjunto. E com união conseguimos fortalecer esses vínculos.

Qual o perfil desejado para administrar Adamantina a partir de 2017?
Sacoman
– Uma pergunta difícil, principalmente diante desse cenário. Tem que ser uma pessoa com muito senso de união, dedicação e amor ao próximo e à nossa cidade. Só assim vamos conseguir administrar uma cidade melhor para todos.

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