Cidades

Robertinho: “Tem sido uma administração escura”

Vereador Roberto Honório de Oliveira (DEM) é o penúltimo entrevistado do SIGA MAIS nesta rodada.

Por: Da Redação atualizado: 15 de outubro de 2015 | 06h58
Robertinho: “Tem sido uma administração escura”

Roberto Honório de Oliveira (DEM), o “Robertinho da Dengue”, é vereador estreante. Funcionário púbico municipal concursado, atua na Secretaria Municipal de Saúde, junto à área de controle de vetores, o que o identifica.
Ao SIGA MAIS, concedeu uma entrevista onde aponta vários aspectos da administração municipal, em especial sobre a postura do Poder Executivo e o relacionamento entre Câmara e Prefeitura.
Sobre o desempenho da Administração Municipal, considera, taxativamente: “Tem sido uma administração escura”. Por ser funcionário de carreira, também faz uma colocação sobre o tema: “Acredito que em relação a eles, deveriam ser mais valorizados. São o coração da Prefeitura. Se pararem, a máquina pára”.
Robertinho também revela uma certa decepção no seu núcleo de relacionamentos, após sua eleição. “Como acreditar hoje naquelas pessoas que antes me abraçavam e hoje fecham o vidro dos carros. Eu era nada e me valorizavam. Hoje sou alguma coisa e não me valorizam”, desabafa.
Para essa rodada de entrevistas, os nove vereadores da Câmara Municipal de Adamantina foram convidados. Oito aceitaram o convite do SIGA MAIS e responderam nossas perguntas, sendo a presidente Maria de Lourdes Santos Gil (DEM) e os vereadores Fábio Roberto Amadio (PT), Aguinaldo Pires Galvão (DEM), Diniz Parússolo Martins (DEM), Luiz Carlos Galvão (PSDB), Noriko Onishi Saito (PV), Roberto Honório de Oliveira (DEM), Rogério César Sacoman (PSB). Apenas o vereador Hélio José dos Santos (PR), vice-presidente da Câmara Municipal, se recusou a participar.

Como o senhor avalia seu comportamento e o comportamento da população nas redes sociais, quando o tema é política local?
Roberto Honório de Oliveira
– A rede social, hoje, abrange uma boa parte da população. Acredito que você postando seu trabalho, alguma coisa que possa surtir efeito, é passar informação para população.  É claro que eu vou receber elogios pela minha postura, e vou receber críticas. É válida, e temos que aceitar elogios e críticas ao nosso trabalho. A postura da população é positiva. Tudo que vier de informação do cidadão, para o político, é benéfico.

E a atuação da imprensa tradicional, sobre os temas envolvendo a classe política de Adamantina?
Robertinho
– Acredito que a imprensa escrita e falada está para o bem. É claro que, com certeza, se acontece algo errado no trabalho do político, tem que ser divulgado. Hoje vejo que a imprensa que recuam informação não é profissional, não é a imprensa que precisamos ter.

Qual avaliação o senhor faz da administração Ivo Santos?
Robertinho
– Acredito que pegamos os piores anos na história da política, em termos de repasse de verbas, algo generalizado no Brasil. Acredito que temos que ter pessoas competentes para conduzir da melhor maneira o dinheiro que nos foi mandado, que trabalhem seriamente com o dinheiro que conquistamos pelo nosso trabalho como vereador e em conjunto com os demais vereadores. Esse dinheiro precisa ser respeitado e bem usado.
Eu vejo na administração do atual prefeito que, desde quando assumimos, não tivemos onde se apegar. Tem sido uma administração escura.

E sobre a relação entre Câmara e Prefeitura Municipal?
Robertinho
– Eu acredito que nós, do Poder Legislativo, estamos abertos. Nosso trabalho é aprovar leis, fiscalizar os atos do Poder Executivo. Nunca fomos omissos, todos os projetos que chegam aqui avaliamos e assumimos nossa postura de querer melhorar. Quando o pedido deles [Poder Executivo] encontra com o nosso, e for melhor para a cidade, terá nossa aprovação. Nossa relação com o Executivo não é difícil, tem hora que as coisas que vem de lá para cá são confusas, inseguras. Não podemos, como fiscalizadores legítimos da população, “aprovar porque é bonito, é bonzinho, ele é isso, ele é aquilo”. Temos que ter postura como legislador e passar para nossos parceiros quais são nossas ideias e tirar as conclusões.

Tivemos recentemente o episódio que envolveu a votação do projeto de lei sobre a permuta de área para a Fatec, quando a proposta do prefeito foi derrotada. Com isso, há correntes na cidade que acreditam na existência de uma guerra de forças motivada por diferenças políticas. Qual sua observação sobre essa interpretação de setores da sociedade?
Robertinho
– Eu não acredito nisso. Não acredito que seja briga de leões, que esteja defendendo esse ou aquele partido. Não estamos. Eu como representante da população não pensei nisso, em votar para poder agradar o meu partido,  ou a pedido do prefeito porque ele quer desse ou daquele jeito. Sobre a expectativa de construção da FATEC nas proximidades do Jardim Brasil, faço a comparação com uma noiva, quando é pedida em casamento, que já começa a planejar, e depois ao final não dá certo. Para aquele bairro [Jardim Brasil] foi levada esperança de evolução, de crescimento, e acredito que valorizaria muito.  Lá em cima [jardim Adamantina] valorizaria muito também, mas podemos buscar um outro sonho para aquela região. Só que aqui estamos com a infraestrutura dentro da cidade. Minha postura na Câmara não foi motivada por partido. Eu votei acreditando que lá [Jardim Adamantina] ficaria mais distante. Fico com pena que não rolou o esquema do matadouro, mas nada impede que o prefeito continue conversando com o interessado no matadouro, e permita que uma empresa reative o lugar e dê empregos para a população.

Sobre a atuação de lideranças políticas e nomes da política local, que não estejam atualmente exercendo mandatos políticos, é saudável, participativa ou é só discurso, em Adamantina?
Robertinho
– Acredito que é saudável.

O que a FAI tem de positivo, na sua gestão, que poderia servir de exemplo para a Prefeitura de Adamantina e outras prefeituras da região?
Robertinho
– Vejo muitas coisas boas em relação ao diretor da FAI. Pode ser que tenha erros, porque não somos perfeitos. Mas acredito que a FAI, com essa direção que se encontra aí, que aparenta ser séria e idônea, esse crescimento destacando o nome da cidade, essa condução, o modelo de trabalhar, servem de exemplo e modelo. A FAI tem respeito dos políticos e da população.

No geral, em que há mais erros e mais acertos, na atual administração municipal?
Robertinho
– Como positivo, essa conquista, na área da habitação, dá para aplaudir. A gente vê que a população cobra muito. Vai ser pelo Programa Minha Casa Minha Vida, o que agora depende do Governo Federal, mas acredito que a administração está lutando e conclua até o final do seu mandato. Como negativo, a questão dos direitos dos funcionários púbicos. Acredito que em relação a eles, deveriam ser mais valorizados. São o coração da Prefeitura. Se pararem, a máquina pára. Insistem em deixar de valorizar a questão dos funcionários.

Têm surgido movimentações em várias cidades brasileiras pela redução dos subsídios (salários) dos agentes políticos, entre os quais os vereadores, vice-prefeito, prefeito e secretários. Com seu ponto de vista sobre esse movimento?
Robertinho
– As pessoas que trabalham têm o direito de receber por aquilo. Quando eu me tornei vereador, só depois de eleito fui saber quanto eu ia ganhar. Eu queria é trabalhar. É claro que a população em geral vê o vereador como uma base, um apoio. Em época de festas, todos os bairros nos procuram, para ajudar. Havendo uma diminuição nos subsídios, infelizmente vai refletir nessa ajuda também. Eu já entrei numa política que já fazia isso, de ajudar uma instituição, ajudar tal bairro. Se a gente não acompanhar, ficamos para trás, e nos tornamos maus políticos para a sociedade, para a presidente de bairro, para organizador de um jogo, de um evento. Por motivo da crise, ou por mau desempenho deste ou daquele vereador, deste ou daquele agente político, é claro que a diminuição pensada a partir disso vai atingir a todos. Acho que é válido, pensando quando existem os maus agentes políticos, aqueles que não trabalham pelo município. Mas vai atingir todos. Aqueles que trabalham e ralam, poderão ser prejudicados.

O que o senhor tem de mais significativo, de resultado efetivo, até agora, no seu atual mandato parlamentar?
Robertinho
– Primeiramente, experiência. Fez modelar meu conhecimento. Conseguimos aí, juntamente com os outros vereadores, recursos para infraestrutura. E consegui a ciclovia no Parque dos Pioneiros. O dinheiro já está depositado e aguarda a contrapartida da Prefeitura. Achei que não fui feliz com deputados que escolhi para trabalhar. Eu, sonzinho, não obtive tantas conquistas lá de cima. Porém, com as coisas que conseguimos em conjunto, junto com os demais vereadores e a bancada do DEM, já me encontro satisfeito, considerando que é meu primeiro mandato e eu não tinha todo o conhecimento que tenho hoje. Me dou por satisfeito. Mas é claro que eu gostaria de ter uma estrela na testa, quando assumi, e estar com um deputado que fosse me despejar tudo. Mas estou feliz com as conquistas obtidas junto com os nobres pares, com a bancada do DEM, principalmente. Estamos aí para seguir o caminho, e não perder o brilho, em qualquer circunstância.

Qual o perfil desejado para administrar Adamantina a partir de 2017?
Robertinho
– Que seja um prefeito honesto. Isso é primordial. É claro que, sendo honesto, pode não agradar toda a população. Que escolha um secretariado sério e que tenha amor pela cidade. Assumindo em 2017 não vai ser fácil. Vai pegar a prefeitura em situação precária e assumir uma cadeira bamba.

A atividade política como vereador, para você que está no seu primeiro mandato, é mais decepção ou realização?
Robertinho
– Tem os dois, decepções e realizações. Acreditava que podia estar fazendo mais. Achei que ser vereador seria mais fácil pra ajudar as pessoas, que as portas se abririam. Mas mesmo sendo vereador, há portas que se fecham também. Sem contar as pessoas que mudaram de comportamento com a gente, mas coloquei na minha cabeça: aqueles que eram meus amigos e que gostavam realmente de mim, quando eu passei a ser vereador, eles continuam sendo meus amigos, enquanto aqueles que se afastaram não são meus amigos. Como acreditar hoje naquelas pessoas que antes me abraçavam e hoje fecham o vidro dos carros. Eu era nada e me valorizavam. Hoje sou alguma coisa e não me valorizam. O que considero como positivo é a abertura que dou ao ser humano, sobretudo com as pessoas menos favorecidas. Isso é realização, quando paro para ouvir e tentar solucionar. Quando entrei na política queria trabalhar. Tentar me realizar, não financeiramente, mas ajudar as pessoas, o próximo.  Muitas realizações com essa minha postura. Mas as realização para a população em melhorias em conquistas, estrutura e conteúdo, são poucas, o que dependemos muito de deputados e do Executivo.

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