Ensino

Ideb: escolas municipais superam metas e estaduais ficam abaixo da meta em Adamantina

A educação básica e seus contrastes e desafios, com desempenhos positivos e negativo no Ideb.

Por: Da Redação | Com informações da Agência Brasil atualizado: 6 de setembro de 2018 | 01h23
Escolas municipais de Adamantina têm desempenho positivo no Ideb, com superação das metas fixadas pelo programa (Cedida). Escolas municipais de Adamantina têm desempenho positivo no Ideb, com superação das metas fixadas pelo programa (Cedida).

O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta segunda-feira (3) o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com os números nacionais, bem como o detalhamento por cada do país.
Segundo informa a Agência Brasil, o Ideb é o principal indicador de qualidade da educação brasileira. O índice avalia o ensino fundamental e médio no país, com base em dados sobre aprovação nas escolas e desempenho dos estudantes no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
Desde a criação do indicador, em 2007, foram estabelecidas diferentes metas (nacional, estadual, municipal e por escola) que devem ser atingidas a cada dois anos, quando o Ideb é calculado. O índice vai de 0 a 10. A meta para o Brasil é alcançar a média 6 até 2021, patamar educacional correspondente ao de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Indicadores de Adamantina

Na avaliação sobre cada unidade escolar municipal e estadual, em Adamantina, os dados do Ideb mostram uma disparidade, com cenários positivos entre as escolas municipais, e negativos entre as escolas estaduais.
Segundo informa o site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que aplica o Ideb, as três escolas municipais – Emef Navarro de Andrade, Emef Eurico Leite de Moraes e Emef Teruyo Kikuta – tiveram desempenho acima das metas.
Para a Emef Navarro de Andrade, a meta para 2017 era de 6,7, sendo que a escola atingiu o índice 7,4 (em uma escala que vai de 0 a 10). A Emef Teruyo Kikuta tinha como meta o índice 5,7, porém atingiu 6,1. Para a Emef Eurico Leite de Moraes, a meta do Ideb era 5,9, porém atingiu o inidicador 6,5.
Do outro lado, as três escolas estaduais – EE Fleurides Cavalino Menechino, EE Helen Keller e EE Durvalino Grion tiveram desempenho abaixo da meta.
A meta da EE Heken Keller foi fixada em 4,8, porém ficou em 4,5. Para a EE Fleurides Cavalini Menechino, a meta era 6,3 e o novo indicador trouxe o resultado de 5,2. Já a EE Durvalino Grion tinha como meta o índice 5,6 e atingiu somente 4,7. Nesta escola, a meta não é alcançada desde 2009. Desde então – 2009, 2011, 2013, 2015 e 2017 – os indicadores do Ideb são abaixo da meta.
O site do Inep permite extrair outros dados sobre a educação, com detalhamento sobre a estrutura escolar, número de alunos atendidos e profissionais que atuam nessas unidades escolares, entre outras informações, entre as quais a taxa de aprovação (definida em percentuais) e a proficiência no aprendizado da matemática e língua portuguesa pelos estudantes (escala de 0 a 10).
No que se refere à taxa de aprovação, o índice é de 100% em todas as escolas municipais, no 5º ano escolar. Em relação à proficiência, os resultados são de 6,19 na Emef Teruyo Kiluta, 6,55 na Emef Eurico Leite de Moraes e 7,47 na Emef Navarro de Andrade.
Em relação às escolas estaduais, cada uma das unidades tem indicadores diferentes sobre a taxa de aprovação.
Na EE Helen Keller, essa taxa é de 90,9% no 9º ano do ensino fundamental e de 87,7% ao 3º ano do ensino médio. Já a proficiência no aprendizado da matemática e língua portuguesa atingiu o indicador 4,84.
Na EE Fleurides Cavalini Menechino a taxa de aprovação é de 95,9% no 9º ano do ensino fundamental e de 100% no 3º ano do ensino médio. Já a proficiência sobre matemática e língua portuguesa é de 5,42.
Na EE Durvalino Grion a taxa de aprovação é de 90,6% no 9º ano do ensino fundamental e de 91,4% no 3º ano do ensino médio. Em relação à proficiência sobre matemática e língua portuguesa, a escola obteve o indicador 5,08.

Retrato do Brasil

Em nível nacional, segundo a Agência Brasil, a meta do Ideb estabelecida para 2017 foi cumprida apenas nos anos iniciais do ensino fundamental, etapa que vai do 1º ao 5º ano. A etapa alcançou 5,8, quando a meta estipulada era de 5,5.
No ensino médio, etapa mais crítica, o índice avançou 0,1 ponto, após ficar estagnado por três divulgações seguidas, chegando a 3,8. A meta para 2017 era 4,7.
Nos anos finais do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano, a meta foi descumprida pela primeira vez em 2013 e não atingiu mais o esperado. Em 2017, com Ideb 4,7, o país não alcançou os 5 pontos esperados.

Nos Estados

Segundo informa a Agência Brasil, o ensino médio é a etapa mais crítica, com a meta descumprida em todos os estados. Além de não terem alcançado o índice esperado, cinco estados tiveram redução no valor do Ideb entre 2015 e 2017: Amazonas, Roraima, Amapá, Bahia e Rio de Janeiro. O estado com melhor Ideb, o Espírito Santo, obteve 4,4 pontos, não atingindo a meta de 5,1 para o estado.
Nos anos finais do ensino fundamental, sete estados alcançaram ou superaram a meta proposta para 2017: Rondônia, Amazonas, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Mato Grosso e Goiás. A situação melhorou em relação a 2015, quando cinco estados alcançaram a meta. No ano passado, Alagoas e Rondônia somaram-se à lista. Minas Gerais foi o único estado que teve queda do Ideb na etapa de ensino em 2017.
Já nos anos iniciais do ensino fundamental, apenas os estados do Amapá, Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul não alcançaram as metas para 2017. Oito unidades federativas alcançaram Ideb igual ou maior que 6: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Ceará, Paraná, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal. Na etapa, a maior diferença positiva em relação à meta ocorreu no Ceará que, com um Ideb 6,2, superou a meta 4,8 para o estado em 1,4 ponto.
Na análise do Inep – continua a Agência Brasil, os números mostram avanços importantes, sobretudo nos anos iniciais do ensino fundamental, mas também, algumas preocupações que precisarão ser discutidas no âmbito das escolas.
O Inep ressalta que será necessário “indispensável apoio e colaboração dos níveis mais elevados de gestão nos municípios, nos estados e no Ministério da Educação, para que o desempenho dos estudantes brasileiros possa seguir uma trajetória de melhoria”.

Língua portuguesa e matemática

As informações sobre proficiência no aprendizado em língua portuguesa e matemática, pelos estudantes, estão no site do Inep e foram extraídas a partir dos resultados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), um dos componentes do Ideb.
Segundo a Agência Brasil, o Saeb de 2017 mostrou que ao final do ensino médio, quando deixam a escola, sete a cada dez estudantes não aprendem nem mesmo o considerado básico em português. A mesma porcentagem se repete em matemática. O ensino médio concentra os piores resultados. A etapa mostra estagnação desde 2009. As avaliações revelaram, no entanto, alguns avanços no início do ensino fundamental.
Diante dos resultados já observados, o MEC defendeu a aplicação do chamado novo ensino médio, aprovado no início de 2017, que estabelece uma formação mais flexível para os estudantes que poderão escolher itinerários formativos com ênfases em matemática, linguagens, ciências da natureza, ciências humanas e ensino técnico. “O ensino médio está absolutamente falido, está no fundo do poço”, afirmou o ministro da Educação, Rossieli Soares, na divulgação do Saeb.

Para que servem esses indicadores?

Em declaração à Agência Brasil, a presidente-executiva do movimento Todos Pela Educação, Priscila Cruz, destaca que esses resultados são importantes para que as redes de ensino e as escolas possam corrigir as políticas que vêm empregando. É possível, com os dados coletados pelo Inep constatar, por exemplo, que os estudantes estão com dificuldade, em matemática e, a partir daí, oferecer uma formação continuada para os professores se aprimorarem.
Isso exige, no entanto, uma “inteligência de dados nas secretarias de educação, para abrir os dados, entender, olhar os esforços, os acertos e erros por escola. Isso seria o ideal”, diz. Segundo ela, para aqueles entes e escolas que não possuem estrutura para tal, “o Inep poderia ajudar muito como órgão de inteligência, ajudar na interpretação desses dados, fazer uma devolutiva pedagógica”.

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