Fundação Casa leva reeducandos para atividades no PAI Nosso Lar
Adolescentes e jovens da Fundação Casa de Irapuru têm atividades com pacientes do PAI Nosso Lar.
As duas unidades da Fundação Casa de Irapuru levaram um grupo de reeducandos para atividades socioculturais circenses, de capoeira e musicais, junto aos pacientes do Polo de Atividades Integradas (PAI) “Nosso Lar”, em Adamantina. As ações foram desenvolvidas na tarde desta quarta-feira (14), reunindo pacientes, colaboradores, voluntários, representantes do Poder Judiciário e da Polícia Militar de Adamantina.
A abertura do evento foi conduzida pela juíza Ruth Duarte Menegatti, que saudou ao púbico e agradeceu a mobilização realizada pela Fundação Casa, em atender ao pedido da instituição PAI Nosso Lar. Em seguida, abriu espaço ao juiz Carlos Gustavo Urquiza Scarazzato, que atua na Vara da Infância e Juventude da Comarca de Adamantina.
Em sua fala, o juiz Carlos Scarazzato destacou os aspectos da arte e seu papel em transpor barreiras e dissolver os rótulos que identificam os indivíduos na sociedade. “Arte é aquilo que o espírito humano concebe. É transformadora”, define. “Não temos adolescentes infratores, não temos doentes, não temos juízes. Somos pessoas. E os artistas hoje, aqui, são os nossos adolescentes”, completou.
Em seguida, foram realizadas as apresentações. A primeira atividade sociocultural apresentada junto aos pacientes do PAI Nosso Lar foi um número circense, coordenado pelo arte-educador Fernando Henrique Pereira (B-Boy Fernandinho). Com a participação de um grupo de reeducandos, foram realizadas evoluções circenses que empolgaram o público.
Depois, foi realizada uma apresentação retratando as origens da capoeira, seguida de apresentações desta modalidade, um dos símbolos mais resistentes da presença africana no Brasil. A ação foi dirigida pelo arte-educador e capoterapeuta, mestre Caculé.
Por fim, se desenvolveu uma ação musical, que possibilitou uma integração maior entre os reeducandos, pacientes e o público como um todo.
Resgates
A presença da Fundação Casa no PAI Nosso Lar permitiu contextualizar dois ambientes de resgate. O primeiro deles envolve a instituição que aplica medidas socioeducativas junto a adolescentes e jovens com idade entre 12 e 21 anos, que por alguma infração cometida, estão em conflito com a lei. O segundo ambiente de resgate é a própria instituição acolhedora da atividade, a PAI Nosso Lar, que trata da recuperação e tratamento de pacientes mentais e dependentes de álcool e drogas.
As duas unidades que participaram da ação, no PAI Nosso Lar, estão instaladas em Irapuru, onde atendem um total aproximado de 130 crianças e jovens. No ambiente interno, são desenvolvidas atividades socioculturais em diversas áreas e linguagens, além de educação profissional pelo SENAC e educação regular pública, pela Secretaria Estadual da Educação, que acontecem nas próprias dependências da instituição, em Irapuru.
As iniciativas tentam despertar potencialidades, entre as crianças e jovens, promover a autoestima e sensibilizar para a reinserção social, onde serão reapresentados à sociedade, com a expectativa de que a experiência vivida no ambiente de recolhimento permita o realinhamento das próprias vidas.
O que dizem os internos da Fundação Casa
O SIGA MAIS ouviu quatro internos da Fundação Casa, das unidades de Irapuru. Um deles, de 17 anos, destaca que as atividades desenvolvidas internamente são bastante positivas. “Ocupam a mente e conseguimos fazer as coisas para passar o tempo, além de tirar o foco das coisas de fora”, disse.
Outro adolescente, de 17 anos, é residente em Paraguaçu Paulista. Ele também destaca como positiva as oportunidades de aprendizado. “Coisas que não aprendemos fora, estamos aprendendo dentro da unidade”, disse.
Outros dois, de 19 e 18 anos, são residentes em Lucélia, e estão otimistas com a oportunidade de prestarem concurso público para trabalharem na Prefeitura de Osvaldo Cruz. As provas serão realizadas no próximo domingo (18).