Morre o idoso que foi atacado pelo próprio cão em Pacaembu
Após ser atacado pelo cão idoso foi socorrido, passou por cirurgias, porém não resistiu.

Morreu nesta quinta-feira (2) o idoso Valter Ribeiro Leite, de 71 anos, que no último domingo (29) foi atacado pelo próprio cão, da raça Rottweiler, no quintal da casa onde morava, em Pacaembu. O velório do corpo ocorre a partir das 8h desta sexta-feira (3), com sepultamento previsto para às 12h, no Cemitério Municipal.
No domingo, após ser atacado pelo animal e sofrer mordidas na face, cabeça e pescoço, o idoso foi socorrido em estado grave e levado à Santa Casa de Pacaembu, para os cuidados iniciais, e depois transferido para o Hospital das Clínicas de Marília, onde passou por cirurgia e retornou para casa, estando sob recuperação.
Ao noticiar a morte do idoso, o Folha Regional Pacaembu narrou que o homem havia passado mal em sua residência e foi levado para a Santa Casa da cidade em estado crítico. Seu quadro não se estabilizou e ele acabou falecendo.
Como tudo começou
Na quarta-feira (1) o Folha Regional Pacaembu publicou uma reportagem com a mulher do idoso, a vendedora Cristina Vieira Leite, sobre as circunstâncias do ataque do animal e a relação da família como cão. “Estava tudo bem, o meu esposo arrumava uma porta de um banheiro aqui da edícula de nossa casa, quando escorregou e começou o pesadelo difícil de esquecer”, contou.
Conforme a reportagem, bastou o marido sofrer uma queda ao chão, para que o “Hércules”, nome dado ao animal desde seu nascimento há cerca de seis anos, avançasse e começasse as violentas agressões. “Foi um terror. Meu esposo foi atacado na cabeça, rosto e pescoço, eu até tentei intervir, mas o cachorro não o largava, aumentando ainda mais a agressividade. É algo inexplicável, difícil de mensurar”, contou a mulher.
O morador e o animal (Acervo da Família/Reprodução: Folha Regional Pacaembu).
À reportagem a moradora disse que o animal era da filha, que morreu aos 41 anos, em 2019. “Quando decidimos ficar com o cachorro, pensamos que seria uma espécie de missão em cuidar dele. A minha filha gostava muito do Hércules, tinha um apego muito grande ao animal”, disse. “O Hércules era tratado como um filho, tenho até fotos em que aparecemos dando sorvete na boca dele, bem tratado com todo o carinho que sempre lhe ofertamos”, continuou.
Casal já teve Pitbulll
Perguntada pelo Folha Regional Pacaembu se de certa forma não sentia medo, por se tratar de um animal potencialmente agressivo, a moradora disse que não. “Já tivemos até um pitbull e jamais esperávamos que isso poderia acontecer. Foi algo sem explicação e que nem nos piores pesadelos acreditava que seria possível tornar-se real, pelo bom relacionamento, cuidados e afeto que sempre tivemos com ele”.
Relembre: Polícia Militar usou arma de choque para conter o cão
No domingo, quando ocorreu o ataque do cão ao idoso, a atuação da Polícia Militar foi decisiva para salvar a vida do homem. Após presenciar o marido sendo atacado pelo cão da família, a mulher dele se trancou em casa, com medo, e ligou para o 190 da PM. Com o chamado uma equipe rapidamente se deslocou ao endereço.
Os policiais chegarem no local e fizeram contato com uma vizinha, sendo possível avistar o animal em cima do dono, atacando-o.
Assim, através da grade do portão, um dos policiais fez um disparo com a arma de incapacitação neuro muscular “Taser”, de choque, no animal, cessando o ataque. O cão permaneceu por alguns minutos imobilizado. Com isso os policiais adentraram através da garagem, pulando o muro.
Mas o cachorro novamente se levantou e foi preciso agir com rapidez. Pensando em salvar a vida da vítima, os policiais utilizaram novamente a arma de incapacitação. Com novos disparos não letais conseguiram conter o animal.
Após a chegada da equipe do Corpo de Bombeiros o cão de grande porte foi preso em um corredor com portão e cadeado, e o homem socorrido.