Memória

Entre fazendas e arenas: uma breve história dos rodeios

Um breve relato acerca do surgimento dos rodeios.

Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental Colunista
Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental
Imagem antiga, das provas de peão boiadeiro (Ilustração). Imagem antiga, das provas de peão boiadeiro (Ilustração).

"Alô Zé do Prato, receba essa homenagem do mundo do rodeio Zé, porque com você a festa do peão é cultura, festa do peão é paixão, você balançou o globo terrestre, levantou a poeira do chão. Quem parte deixa saudade, quem fica chora de emoção, vai com Deus Zé do Prato apaixonado.”
(Autor desconhecido)

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Esta semana a cidade de Adamantina terá mais uma vez o seu tradicional Rodeio. Quando se fala desta festa, no mesmo momento nos chegam as lembranças das montarias de touros e cavalos, as diversas provas de laço e três tambores e os locutores que marcaram época. Aqui cabe o parêntese e a lembrança do saudoso Zé do Prato, que fez parte dessa galeria inumerável.

Mas, de onde veio tudo isso? No século XIX com a vitória dos EUA sobre o México, parte dos territórios mexicanos foram anexados pelos estadunidenses, dessa forma alguns costumes e práticas foram incorporados ao cotidiano destes, dentre eles, as festas de domas promovidas pelos boiadeiros locais.

Já a palavra rodeio, é proveniente do espanhol rodeo, que significa “circundar”, “rodear”, ou seja, designando a atividade de cercar o gado e apartá-lo nos currais.

No ano de 1869, a cidade do Colorado sedia a primeira prova de montaria, e nas décadas seguintes esta passa a se constituir em uma atividade de entretenimento de toda a população. Ou seja, a atividade até então relegada apenas aos boiadeiros em suas fazendas, passa a ganhar destaque e se tornar um dos meios de se chegar a fama e ao sucesso.

Acima, Zé do Prato, narrando a Festa do Peão Boiadeiro de Adamantina, em 1991 (Reprodução/Youtube). Abaixo, o Adamantina Rodeo Festival, de 2017 (Foto: Renan Matheus).

No Brasil, o ponto de início do rodeio ainda é motivo de diversas discussões, mas diversos autores atribuem a cidade de Barretos. O que se sabe é que nas décadas de 1950 e 1960, este começa a ganhar cada vez mais adeptos, se estendendo a diferentes Estados do Brasil. Atualmente o rodeio é uma atividade regulamentada em lei e atuação dos peões se equipara a de atletas profissionais.

Em diversas cidades do Brasil, os rodeios são proibidos, seja por meio de lei municipal, ação civil pública, decisão judicial, etc. Lembrando que a principal alegação para a proibição, se dá com base no bem-estar dos animais, que segundo os defensores, podem sofrer dor e estresse.

Pois bem, aqui na terrinha, o Rodeio já se incorporou ao cotidiano da população, a cidade ganha novos ares, com as comitivas e os diversos artistas chegando a todo momento. O comércio também se movimenta e se adapta, com suas vitrines, a todo esse mercado consumidor.

Enfim, com esse ou aquele nome, aqui ou acolá, com proibições ou não, o Rodeio Adamantinense fez e faz parte da história local. E como já dizia o Sr. José Antônio de Souza (o popular, Zé do Prato): “Seguuuuura Peão!

Tiago Rafael dos Santos Alves é historiador. Acesse aqui seu perfi.

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